A fim de evitar que fosse aprovado o projeto de lei que tem como objetivo proibir o transporte e estoque de peixes em Mato Grosso por 5 anos, o deputado estadual Wilson Santos (PSD) retornou às pressas para solo mato-grossense logo após desembarcar em Brasília.
A arremetida ocorreu na manhã dessa quarta-feira (31).
O PL 1363/2023, assinado pelo governador, chegou a Assembleia Legislativa no período da manhã, por volta das 9h30, minutos antes do início da sessão deliberativa, com solicitação de urgência urgentíssima, e sem aviso prévio, quando era prevista a ausência dos deputados Wilson Santos, Júlio Campos (União) e Valdir Barranco (PT).
Wilson, que estava chegando em Brasília, foi avisado por Júlio Campos, o qual recebeu informação in off sobre o projeto, decidiu cancelar as agendas no Distrito Federal, desceu do avião, comprou bilhete de retorno e conseguiu chegar a tempo e adiou a votação inicial em um dia, com pedido de vista na Comissão de Meio Ambiente.
“Nós condenamos veementemente a forma sorrateira. Esperou alguns deputados que defendem a pesca irem a Brasília, estarem ausentes, esperou a ausência do presidente Botelho que é comprometido com esta causa, o deputado Valdir Barranco, Júlio Campos, Wilson Santos … Eu, graças a Deus, fui avisado pelo Júlio Campos dentro do avião. Desci do avião, consegui comprar passagem e retornar”, criticou Wilson, ainda na quarta.
Wilson é contra o projeto do governo por entender que a proposta carece de estudo científico, além de causar grande impacto financeiro aos pequenos pescadores. Ele defende que o projeto seja discutido com mais calma, tendo em vista que, se aprovado, só entrará em vigor em 2024. E propõe a participação de cientistas especializados da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), Embrapa Pantanal e até mesmo da Agência Nacional de Águas nesse debate.
A ideia do parlamentar do PSD é conseguir postergar a votação final do projeto para após o retorno do deputado Eduardo Botelho (União), que está de licença. Nesta quinta-feira (1º), na sessão extraordinária convocada para aprovação em primeira votação do projeto - são necessárias duas aprovações -, Wilson deve pedir novamente vista, dessa vez em plenário, e adiar em 5 dias, uma semana, a deliberação dos parlamentares.
Na próxima semana, ao fim do período de vista, o deputado deve solicitar novamente vista para impedir a segunda votação e assim conseguir o reforço de Eduardo Botelho na Casa de Leis. Com o apoio do presidente do Legislativo e com a pressão dos pescadores profissionais, Wilson espera conseguir impedir a votação do projeto ou o reprovar.
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