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23/07/2023 às 11:01

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Uso excessivo de corante na onda de 'Barbie' pode prejudicar a saúde

Tendência provocada pela estreia do filme invadiu os cardápios de vários estabelecimentos da região de Campinas (SP), mas pigmento pode trazer malefícios, diz professor da Unicamp

Do G1

Uso excessivo de corante na onda de 'Barbie' pode prejudicar a saúde

Foto: Reprodução/EPTV

Enxergar a vida cor-de-rosa ficou mais fácil após o "furacão Barbie". A estreia do live-action estrelado por Margot Robbie sobre a boneca mais famosa do mundo fez a cor característica do brinquedo inundar roupas, acessórios e, depois de dominar até sacos de lixo, o fenômeno chegou aos diferentes tipos de comidas.

Das tradicionais sobremesas, como bolos e doces, até tapiocas, sushis e biscoitos para pets, o "barbiecore" - termo que designa a moda e o estilo de vida da boneca - encheu os cardápios de vários estabelecimentos da região de Campinas (SP), a partir do uso de corantes , em sua maioria, artificiais.

Mas, o uso excessivo do pigmento pode prejudicar a saúde? O g1 conversou com o professor e pesquisador de Nutrição da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Unicamp Maurício Rostagno, que explicou as preocupações sobre a substância. Veja abaixo.

Qual o problema do corante?

"O problema dessa onda do rosa é o excesso, não só o excesso pontual, uma exposição aguda a esses corantes artificiais, que podem causar uma reação também aguda, mas uma exposição frequente e acima desses níveis seguros que pode provocar doenças sérias", comenta Rostagno.

Segundo o professor, existem estudos que apontam a substância como cancerígena e que ligam o uso do produto com possíveis alergias e hiperatividade, quando utilizado acima das quantidades recomendadas.

Atualmente, a substância mais utilizada para dar o tom da "Barbie" aos alimentos é a eritrosina, corante rosa-cereja produzido a partir de uma reação química, derivado de um sal sódico.

Em que circunstância faz mal?

Os malefícios à saúde dependem de uma série de fatores, mas principalmente da dosagem e da frequência, de acordo com a Ingestão Diária Aceitável (IDA). O índice, estipulado pela Organização Mundial de Saúde, determina a quantidade que se pode consumir de uma substância durante todos os dias, com segurança, por toda a vida.

"A eritrosina tem uma IDA que é 0,1 mg por quilo, ou seja, se uma pessoa de 60 kg consumir 6 mg durante a vida inteira, todos os dias, ela não deve ter nenhum problema de saúde, mas 6 mg não é nada, é uma pontinha de uma colherzinha de chá, ultrapassar os miligramas indicados é muito fácil, principalmente em preparações caseiras", explica Maurício.

Qual a melhor alternativa?

De acordo com o pesquisador, a melhor alternativa para dar cor aos alimentos são os corantes naturais, que podem ser obtidos de diversas formas e, além de serem mais saudáveis, não afetam ou poluem o meio ambiente, como é o caso dos sintéticos.

"Corantes naturais, como o carmim cochonilha, feito a partir de um inseto e utilizado por várias indústrias grandes e até em maquiagens, é uma boa opção. Existem pesquisas para desenvolver outros corantes naturais, a partir de casca de uva e jabuticaba, para substituir esses corantes sintéticos que são muito preocupantes, a fim de reduzir o consumo dos mesmos", pontua.

O maior desafio é, porém, a estabilidade do produto e a duração da cor. "Não é fácil substituir esses corantes sintéticos porque os corantes naturais não são muito estáveis, acabam perdendo a cor muito fácil, diferente dos sintéticos, em que poucas quantidades já é o suficiente, mas são muito mais mais seguros que os artificiais e pode ser utilizado em quantidades mais altas do que os sintéticos", finaliza.
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