O corregedor da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa Max Russi (PSB) tem em mãos, agora, após o recesso parlamentar, os casos envolvendo os colegas Gilberto Cattani (PL) e Wilson Santos (PDS). De acordo com Russi este é o momento de dar continuidade aos trabalhos para que se avalie medidas punitivas aos parlamentares em questão. Todavia, o deputado reforça que não será uma medida severa, como a cassação de mandato, em ambas as situações.
Os trabalhos da Comissão retornarão nesta terça-feira (1º) de acordo com o deputado, já com oitivas e averiguação do caso.
“Deve estar voltando com as reuniões amanhã, então a gente vai voltar agora a fazer as oitivas. [...] Vamos tentar acabar em um curto espaço de tempo, eu acho que quanto mais rápido que avançar um projeto, de forma rápida é construção de um bom projeto com as oitivas, com a análise de tudo que tiver para ser analisado em termos de uma penalidade, ou algo nesse sentido para o deputado Cattani”, destacou o parlamentar ao comentar o assunto com a imprensa na noite dessa segunda-feira (31).
Cattani é investigado pela Comissão por quebra de decoro após comparar a gestação de mulheres com a gestação de vacas. Acontece que, quando a Comissão de Ética foi instituída, o deputado foi contrário à participação de um dos integrantes, o vice-presidente Wilson Santos. Segundo Cattani, é de responsabilidade de Wilson a repercussão de seu vídeo controverso, anti aborto. Por isso, foi determinado pela presidente Janaina Riva (MDB) que Wilson permaneça na Comissão, porém sem direito de voto.
Cabe agora ao corregedor, Max Russi analisar a situação e sugerir medidas punitivas aos envolvidos, as quais ele afirma que não chegarão, de alguma forma, a ameaçar os mandatos dos colegas, haja vista que para ele é preciso que a Comissão respeite as eleições democráticas que elegeram os representantes do Legislativo estadual.
“A gente vai tocar agora esses dois encaminhamentos tanto do Wilson, como o do Cattani. O que eu defendo como cidadão, como pessoa, eu acho que pra você cassar um mandato de um parlamentar que vai às urnas, que é eleito por uma fatia da sociedade, que tem 20 [mil], 30 [mil] no caso do Cattani mais de 40 mil votos, você tem que ter um argumento muito forte. Ou é corrupção ou é algo muito, mas muito forte mesmo, porque ele teve uma parcela da sociedade que escolheu ele para ser representado dentro da Assembleia”, ponderou Russi.