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15/08/2023 às 09:15

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Defensora alerta que mulheres precisam ser ouvidas, creditadas e não culpabilizadas por violência e feminicídio

'Sempre com requintes de crueldade', diz Rosana, em específico quanto a casos recentes

Luíza Vieira

Defensora alerta que mulheres precisam ser ouvidas, creditadas e não culpabilizadas por violência e feminicídio

Foto: Emily Cassim

A defensora pública e Coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher, Rosana Leite foi a entrevistada desta segunda-feira (14) no Agora na Capital. Em uma semana que já se inicia triste em meio ao feminicídio da doutora Cristiane Castrillon da Fonseca, de 48 anos, no mês de conscientização quanto a violência contra mulher, a defensora alerta para que as vítimas não sejam culpabilizadas e acima de tudo, sejam ouvidas.

“Passear, se divertir, tomar bebidas alcóolicas para aqueles que têm essa vontade. Essa forma de culpabilização da mulher, deixar nas entrelinhas um pouquinho que seja para culpabilizar uma mulher que foi morta por um feminicídio de forma absurda e sempre com requintes de crueldade (...) Como você pode ver, os feminicídios eles deixam marcas e ali estava externado pela forma em que ela foi encontrada, ”, indagou Rosana ao se referir às condições em que a vítima foi abandona em um parque da capital já morta após ter sofrido violência sexual.

Isso porque a advogada chegou a ser culpabilizada em comentários nas redes sociais e até mesmo fora das redes, muitas pessoas questionaram a conduta da dela, que foi morta após um encontro. A vítima foi posta como culpada após um ato de monstruosidade. Aliás, a defensora acredita que esses agressores sequer podem ser comparados a isso e alerta que essas pessoas estão mais próximas do que se imagina.

“Não são monstros. Porque monstros estão escondidos em algum lugar. Você vê que as pessoas que estão praticando os feminicídios, as violências sexuais contra as mulheres, contra as crianças, contra as meninas, meninos, são pessoas próximas que acabamos nos esbarrando nessas pessoas”

Conforme dados da própria defensora, ao todo 21 mulheres morreram em Mato Grosso vítimas de feminicídio, ainda conforme Rosana, o Estado tem os maiores índices de violência doméstica.

Ela argumenta que a Defensoria Pública chegou a formar um comitê para investigar os casos no primeiro semestre deste ano com familiares das vítimas. A proposta visa entender de que forma o Estado tem falhado com essas mulheres.

Somado a isso, em meio a efervescência de casos em Mato Grosso, Rosana reforça a importância das medidas protetivas e também da necessidade de que a mulher alerte a polícia caso tenham percebido que agressores estejam descumprindo as medidas. Por isso, acima de tudo declara a importância de que as vítimas sejam ouvidas e creditadas.

“Precisamos dar crédito às palavras das mulheres. Nós não precisamos de vídeos externando o que as mulheres vem passando. Não precisamos ver vídeos de mulheres sendo assassinadas como a Emilly foi, como a Thays foi. Ou com a tristeza que Mato Grosso amanheceu triste com a morte da doutora Cristiane. Não precisamos de vídeos externando tudo isso. precisamos dar crédito às palavras das mulheres porque as estatísticas não mentem e eu não tenho dúvidas quando há agressão, de quem é a vítima e quem é o agressor”, declarou ao citar demais casos de feminicídio que chocaram o Estado.

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