A interventora estadual na Saúde de Cuiabá, Danielle Carmona, afirma que uma possível prorrogação da intervenção é algo que cabe somente aos órgões de controle, mas revelou sentir tristeza com o fim dos trabalhos, programados para acabar dia 31 de dezembro, e espera a celebração de Termos de Ajuste de Conduta (TAC) e Termos de Ajuste de Gestão (TAC) para garantir a continuidade da entrega dos serviços à população.
“Nós estamos trabalhando para encerrar tudo até dia 31 de dezembro, já estamos pensando em fazer a transição com a equipe da gestão municipal de todo o trabalho que foi feito, com a participação dos órgãos de controle para que seja feito, amarrado, um TAC e/ou um TAG, pare que dê continuidade”, disse a interventora, na manhã de quinta-feira (28).
Normalmente restrita a comentários técnicos sobre a saúde, Danielle dessa vez permitiu-se fazer comentários políticos e fez críticas à gestão municipal. Segundo ela, durante todos os anos da gestão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), a população padecia sem os serviços de saúde e, por isso, é preciso a atuação ativa dos órgãos de controle para garantir a continuidade dos serviços.
“Em 6 anos de gestão [Emanuel Pinheiro], a população padeceu. Então agora que nós conseguimos essa organização, é com muita tristeza que a gente vê, até pela própria população e os usuários, de que isso seja interrompido. Então por isso a importância dos órgãos de controle participarem dessa transição no na realização dos TAGs para que seja obrigatória a continuidade desse serviço”, completou.
Na mira do prefeito
A interventora ainda qualificou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada na Câmara de Cuiabá para investigar os pagamentos realizados pelo Gabinete de Intervenção como uma manobra para tirar o foco dos servidores do trabalho para ter de se preocupar com questões políticas.
“A gente enxerga esse movimento como um movimento para tumultuar, tentar tirar a equipe do Gabinete de Intervenção do foco”, disse Danielle. A interventora evitou entrar em aprofundamentos sobre a denúncia, mas garantiu que todos os números sobre os pagamentos já foram apresentados à Assembleia Legislativa e garantiu a lisura nas transações.
A CPI da Intervenção é presidida pelo vereador sargento Vidal (MDB) e relatada pelo vice-líder do prefeito, vereador Luís Claudio (PP), e terá os trabalhos iniciados nesta sexta-feira (29). A própria interventora deverá ser chamada para participar das oitivas e prestar esclarecimentos.