Voz ativa na cúpula do União Brasil, o senador Jayme Campos aposta que a definição de critérios para a escolha do candidato do partido à prefeitura de Cuiabá ainda pode ser uma boa estratégia para segurar o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado Eduardo Botelho, dentro da legenda.
Ele lembra que essa é uma cobrança que o próprio Botelho faz já há alguns meses, mas que só foi decidida agora pelo governador Mauro Mendes, presidente da legenda, após a reunião entre o deputado estadual e o secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia. O encontro não chegou a um consenso, uma vez que ambos são pré-candidatos e nenhum abdica do projeto eleitoral.
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Contudo, Jayme acredita também que, se nem os critérios derem segurança a Botelho, a tendência é de que ele deixe mesmo a sigla para consolidar sua candidatura em outra agremiação, possivelmente o PSD. E neste caso, defende que o União "dê a carta de alforria" ao parlamentar.
Pelo o que eu to vendo se desenhar, o Botelho terá que caçar uma nova sigla para se filiar
"O deputado Botelho tem sentido muita dificuldade para sua permanência no partido, porque me parece que as chances de ele ser candidato a prefeito pelo União Brasil em Cuiabá é muito difícil. Certamente ele sabe o que é bom para ele. Não me parece que o acordo vai fechar e, pelo o que eu to vendo se desenhar, o Botelho terá que caçar uma nova sigla para se filiar", avaliou Jayma na noite de segunda-feira (30), durante grande ato de filiação de mulheres ao União Brasil, evento coordenado pela primeira-dama, Virgínia Mendes.
Apesar do clima de despedida, o senador adota alguma esperança quando questionado sobre a criação de critérios, anunciada por Mauro Mendes após a reunião frustrada entre Botelho e Fábio Garcia.
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"O básico do básico era adotar um critério, que é o que o Botelho vem pedindo há algum tempo. Isso tem que ser colocado na mesa e não teve nenhuma proposta até agora. Qual o critério? Eu defendo que seja a pesquisa de opinião pública, garantindo a permanência do Botelho no partido e definindo o mês de maio para saber quem é o melhor candidato, pela pesquisa. Tenho certeza que, nessas condicionantes, o Botelho permanece no União Brasil. Sem elas, eu acho que ele tem que caçar rumo".