O Dia da Infância foi celebrado em todo mundo no último sábado (24). A data, instituída pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), promove a reflexão sobre as condições de vida e os direitos das crianças e a vacinação é uma dessas garantias. Em 2024, de acordo com a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) do Ministério da Saúde, nove vacinas aplicadas até o segundo ano de vida das crianças já superaram os números do ano passado em todo o país.
Mato Grosso registrou um aumento na cobertura vacinal de 11 dos 16 imunizantes do calendário de vacinação infantil. Destaca-se a vacina contra a meningite C, cujo o alcance subiu de 95,31% em 2023 para 116,46% até esta segunda-feira (26).
Outros aumentos significativos foram observados na Hepatite A, que passou de 84,83% para 91,52%; na vacina contra a febre amarela, que subiu de 76,59% para 80,42%; na Pólio, que avançou de 79,51% para 87,67%; na Pneumo 10, que passou de 85,46% para 93,06%; e na primeira dose da Tríplice Viral, que cresceu de 89,65% para 91,58%.
Para o diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações (DPNI), Eder Gatti, o aumento da adesão às vacinas possibilita um maior controle das doenças imunopreveníveis no Brasil.
“Graças ao Movimento Nacional pela Vacinação, lançado no início de 2023, e da introdução de novas estratégias, como o microplanejamento, que consiste em diversas atividades com foco na realidade de cada local, estamos conseguindo recuperar a confiança nas vacinas e resgatar essa cultura no país”, observa.
Em abril, o Ministério da Saúde identificou um aumento nas coberturas vacinais de 13 dos 16 principais imunizantes do calendário infantil do Programa Nacional de Imunizações (PNI) em comparação a 2022. O resultado, observado em todo o país, muda o cenário de queda dos índices vacinais enfrentado pelo Brasil desde 2016.
O atual balanço também corrobora com as estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Unicef, que tiraram o Brasil da lista dos 20 países com mais crianças não imunizadas.
Investimento
Em 2023, o investimento para apoiar estados e municípios na compra de imunizantes foi de mais de R$ 6,5 bilhões. Para este ano, a previsão é que esses recursos cheguem a R$ 10,9 bilhões. Além disso, R$ 150 milhões são destinados anualmente para apoiar ações de imunização com foco no microplanejamento e na comunicação regionalizada.
Atualmente, o DPNI do Ministério da Saúde oferece mais de 40 tipos de imunobiológicos no SUS. O Calendário Nacional de Vacinação contempla, na rotina dos serviços de vacinação, 20 vacinas que beneficiam não só crianças, mas também adolescentes, adultos, idosos, gestantes e povos indígenas.
Calendário Nacional de Vacinação
Uma forma de saber quais vacinas são recomendadas para cada etapa da vida é por meio do Calendário Nacional de Vacinação. Vale ressaltar que os imunizantes disponíveis no SUS são seguros, eficazes e de vital importância para proteção contra doenças imunopreveníveis. Confira abaixo as doses recomendadas até os 10 anos de idade:
Recém-nascidos
- BCG (Bacilo de Calmette-Guérin) dose única: Contra a tuberculose;
- Hepatite B (primeira dose): contra a hepatite B.
- 2 meses
- Penta (DTP+ Hib+ Hepatite B): contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae B e hepatite B - (1ª dose);
- VIP (Vacina Inativada Poliomielite 1, 2 e 3): contra poliomielite - (1ª dose);
- Pneumocócica 10-valente: contra doenças causadas pelo pneumococo - (1ª dose);
- Rotavírus humano G1P1 [8] (atenuada) - (VRH): diarreia por rotavírus (gastroenterites) - (1ª dose).
3 meses
- Meningocócica C (Conjugada): contra pneumonias, meningites, otites e sinusites pelos sorotipos que compõem a vacina - (1ª dose)
- 4 meses
- Penta – 2ª dose;
- VIP – 2ª dose;
- Pneumocócica 10-valente – 2ª dose;
- Rotavírus – 2ª dose.
- 5 meses
- Meningocócica C (conjugada) – 2ª dose
6 meses
- Penta - 3ª dose;
- VIP - 3ª dose;
- Vacina COVID-19 - 1ª dose.
- Protege contra as graves e óbitos por covid-19, causada pelo SARS-CoV-2
Obs.: A vacina covid-19 está recomendada com esquema de duas doses (aos 6 e 7 meses de idade), respeitando os intervalos mínimos recomendados (4 semanas entre a 1ª e 2ª dose). Caso não tenha iniciado ou completado o esquema primário até os 7 meses de idade, a vacina poderá ser administrada até 4 anos, 11 meses e 29 dias, conforme histórico vacinal. Para indivíduos imunocomprometidos, o esquema vacinal é de três doses (aos 6, 7 e 9 meses).
7 meses
- Vacina COVID-19 - 2ª dose
9 meses
- Vacina Febre Amarela (atenuada): contra a febre amarela - Uma dose
12 meses
- Pneumocócica 10-valente (Conjugada) - Reforço;
- Meningocócica C (conjugada) - Reforço;
- Sarampo, Caxumba, Rubéola (Tríplice viral): protegem contra o sarampo, a caxumba e a rubéola - 1ª dose;
15 meses
- Vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (DTP): primeira dose de reforço contra a difteria, o tétano e a coqueluche;
- Poliomielite 1 e 3 (atenuada) - (VOPb) - primeira dose de reforço contra a poliomielite;
- Vacina adsorvida hepatite A (HA - inativada): protege contra a hepatite A – Uma dose;
- Vacina Tetra viral (uma dose): protege contra o Sarampo, Caxumba, Rubéola e varicela.
4 anos
- Vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (DTP) - 2º reforço;
- Vacina Febre Amarela (atenuada) - Reforço;
- Vacina poliomielite 1 e 3 (atenuada) - (VOPb) - 2º reforço;
- Vacina varicela (monovalente): protege contra a varicela – Uma dose;
5 anos
- Vacina Febre Amarela (atenuada) - (FA) - Uma dose, caso a criança não tenha recebido as duas doses recomendadas antes de completar 5 anos;
- Vacina pneumocócica 23-valente - (Pneumo 23): protege contra infecções invasivas pelo pneumococo - Uma dose para a população indígena.
9 e 10 anos
- Vacina HPV Papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (HPV4 - recombinante) - Dose única
- Doenças evitadas: Papilomavírus Humano 6, 11, 16 e 18.
Informações detalhadas podem ser encontradas no Calendário Nacional de Vacinação; e também na Instrução Normativa do Calendário Nacional de Vacinação - 2024.
Para os indivíduos que apresentam condições clínicas especiais, as vacinas e as recomendações de uso preconizadas pelo PNI estão dispostas no Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais - CRIE.
Ministério da Saúde