decisão do presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), de desistir da disputa para a presidência da Câmara para apoiar o correligionário Hugo Motta (Republicanos-PB) coloca o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) sob pressão. O motivo é que o nome preferido de Lira, Elmar Nascimento (União Brasil-BA) sai do episódio ainda mais fragilizado.
Como mostrou o Metrópoles na semana passada, Elmar perdeu força entre os deputados, tornando sua chance de vitória uma incógnita. A fragilização do deputado do União Brasil fez o presidente da Câmara adiar o anúncio do seu candidato, prometido para até o final de agosto.
Ao desistir de concorrer, Pereira comunicou pessoalmente a Lira e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sua decisão, argumentando que Motta pode ser um candidato de consenso e agregar mais apoio dentro da Câmara.
Ao colunista do Metrópoles, Igor Gadelha, o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, disse que Elmar segue na disputa e não irá desistir. “Elmar é candidato. Quem desistiu foi o Marcos Pereira”, disse o dirigente à coluna na manhã desta quarta-feira (4/9).
Apoio pode pesar
Apesar da fala do presidente do União Brasil, o fator apoio pode pesar contra o deputado baiano. Lira é amigo pessoal de Elmar, mas já repetiu a interlocutores que quer ter certeza sobre a competitividade do seu candidato e que ele tenha chances reais de ganhar.
O maior medo de Lira é não manter a influência depois de deixar o comando da Casa. Os últimos antecessores de Lira não conseguiram manter-se em evidência depois que deixaram a função.
Eduardo Cunha (MDB) foi cassado e, em 2022, não foi eleito deputado. Rodrigo Maia (PSDB) saiu da política e, hoje, atua na iniciativa privada.
Brito aguarda desdobramentos
Dentro da campanha do líder do PSD na Câmara, Antonio Brito (PSD-BA), a avaliação é que o deputado, também cotado para ter o apoio de Lira na disputa, aguarda os desdobramentos da decisão de Pereira. Brito, inclusive, está fora de Brasília (DF).