Atualizada às 19h05
Quase 64% dos municípios de Mato Grosso sofrem desabastecimento de vacinas em setembro deste ano, como aponta levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). O índice corresponde a pelo menos 90 cidades do Estado nessa condição.
O estudo aponta que 64,7% dos municípios brasileiros que participaram da pesquisa, o equivalente a 1.563, relataram falta de vacinas para imunizar, principalmente as crianças, em razão da não distribuição feita pelo Ministério da Saúde, que é o responsável pela medida em todo o país. Alguns municípios sinalizaram a fata de determinadas vacinas há mais de 30 dias, outros, há mais de 90 dias.
A temática foi levantada pela CNM em razão de ser o mote do 7 de Setembro neste ano, durante os desfiles cívicos. A vacina contra a varicela (catapora) protege crianças de quatro anos, pois, nesta idade, é aplicado o reforço. O imunizante falta em 1.210 municípios respondentes ao levantamento, com uma média de desabastecimento superior a 90 dias.
A vacina contra a covid-19 para crianças também apresenta escassez, afetando 770 municípios que responderam à pesquisa, com uma média de 30 dias sem o imunizante. Além disso, a vacina Meningocócica C, que protege contra infecções graves e fatais, como a meningite, está indisponível em 546 municípios, com um período médio de 90 dias.
Outras vacinas também foram registradas em falta nos municípios participantes da pesquisa, como: a Tetraviral, que combate o sarampo, a caxumba, a rubéola e a varicela em 447 municípios; a Hepatite A, em 307 Municípios; e a DTP, que combate a difteria, o tétano e a coqueluche, em 288 municípios.
O estado com maior índice de desabastecimento é Santa Catarina (83,7%), seguido de Pernambuco (80,6%) e Paraná e Ceará, empatados com 78,7%. Já o Sudeste é a região mais atingida, com 68,5% dos municípios.
A pesquisa apontou ainda que há falta de vacinas contra a covid-19 para adultos em 269 municípios, sem estratificar por estado. Dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) demonstram um crescimento de 66% de casos da doença entre os meses de julho e agosto deste ano. Ou seja, o vírus ainda circula e continua causando infecções graves e óbitos.
Procurada, a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT), que recebe as remessas das vacinas do Ministério da Saúde e faz o repasse aos municípios, respondeu, no fim do dia, que desde janeiro deste ano registra recebimento reduzido de doses de vacina.