Os vereadores que foram presos em operações policiais na última sexta-feira (20), Paulo Henrique (MDB), em Cuiabá, e Pablo Pereira (União), em Várzea Grande, já deixaram bem claro que, apesar do imbróglio policial, pretendem continuar concorrendo à reeleição no pleito 2024. Juntos, os candidatos somam R$ 113,1 mil em arrecadação para as campanhas.
Paulo Henrique, que foi preso sob acusação de integrar um esquema criminoso de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho com a realização de shows, soma R$ 22,5 mil em arrecadação para a campanha. Dinheiro este que recebeu de doações de apoiadores. Não há verba do fundo eleitoral. Ao todo, ele tem mais de R$ 33 mil em dívidas e já pagou pouco mais de R$ 18 mil. O candidato declarou que não dispõe de bens à Justiça Eleitoral.
Do outro lado do rio Cuiabá, o vereador e candidato à reeleição Pablo Pereira é investigado pela ‘Operação Gota D’água’ e tido como suspeito de desviar recursos do Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande (DAE). Pablo declarou R$ 90,6 mil para campanha, dos quais R$ 80,6 mil vieram do União Brasil por meio do fundo eleitoral e outros R$ 10 mil, de doação. Pablo tem R$ 43 mil em despesas e já pagou pouco mais de R$ 14 mil. O parlamentar declarou R$ 100 mil em bens à Justiça Eleitoral.
Paulo foi preso na sexta, passou por audiência de custódia e teve prisão preventiva decretada. Ele foi encaminhado para o presídio Ahmenon Dantas, em Várzea Grande. Enquanto Pablo também passou por custódia, com o mesmo resultado. Por ser advogado, ele está detido na sala de estado do presídio Major Eldo de Sá, a Mata Grande, em Rondonópolis (219 km de Cuiabá). Ambos os vereadores afirmaram que pretendem dar seguimento às suas campanhas eleitorais.
O envolvimento do parlamentar foi exposto em junho deste ano, no âmbito da 'Operação Ragnatela'. Na oportunidade, ele foi alvo de busca e apreensão e teve alguns bens apreendidos.
Na sexta, em desdobramento a essa investigação, foi desencadeada a 'Operação Pubblicare', que culminou na prisão preventiva do parlamentar.
Operação Gota D’água
A Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) deflagrou a operação para desarticular uma organização criminosa instalada na Diretoria Comercial do DAE. O Leiagora apurou que a ação investiga servidores e terceirizados na baixa de débitos no setor comercial, bem como cobrança de propina e exploração política. Foram cumpridas 11 prisões. Dentre os alvos estavam o diretor comercial Alessandro Campos e o vereador por Várzea Grande, Pablo Pereira.
Foram expedidos na operação 123 mandados judiciais, pelo Juízo do Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá (Nipo), entre prisões preventivas, busca e apreensão, suspensão de função pública, sequestro de bens e bloqueio de valores e medidas cautelares diversas.
Entre as ordens judiciais estão 25 mandados de busca e apreensão domiciliar e pessoal em endereços vinculados a 22 pessoas investigadas.
Foram decretadas 11 prisões preventivas e 18 ordens de suspensão do exercício da função pública. Foram afastados das funções 15 servidores da Diretoria Comercial do DAE; um servidor da Câmara de Vereadores do município; um funcionário de uma empresa terceirizada que presta serviços na Diretoria Comercial do DAE, e o vereador teve a determinação de afastamento do mandato parlamentar.
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