A Delegacia de Combate a Corrupção (Deccor) deflagrou nesta terça-feira (24) a Operação Suserano, a fim de desbaratar um esquema de liberação de emendas parlamentares na Secretaria de Agricultura Familiar do Estado. Entre os alvos está o ex-secretário da pasta, Luluca Ribeiro (MDB).
A Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão em sua residência. Informações dão conta de que outros servidores da Secretaria também estão sendo investigados no bojo da operação.
Informações preliminares dão conta de que a medida é reflexo de uma investigação instaurada pela Controladoria Geral do Estado, a qual aponta irregularidades na gestão da pasta.
O procedimento foi aberto após denúncia relacionada a um processo de compra de kits agrícolas (máquinas e equipamentos) feito pela secretaria. A compra seria feita por meio de recursos originários de emendas parlamentares.
Luluca ficou à frente da pasta por apenas cinco meses. Ele foi exonerado no final de julho deste ano, após suspeitas de irregularidades. Na época da exoneração, inclusive, houve um burburinho de que a sua demissão seria uma forma de retaliação a deputada estadual Janaina Riva (MDB), que é quem indicou o emedebista para a pasta.
O governador Mauro Mendes (União), contudo, negou os boatos e disse que a exoneração de Luluca se dava a uma correção de gestão.
Além dele, também foram exonerados à época o secretário adjunto Clóvis Figueiredo Cardoso; o secretário adjunto de Administração Sistêmica, Talvany Neiverth; a chefe de gabinete Aline Emanuelle Rosendo e o assessor jurídico Ricardo Antônio de Lamonica Israfel Pereira.
OAB pisando na bola
A presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso, ao divulgar uma busca e apreensão contra um advogado, utiliza um ato de defesa das prerrogativas profissionais como ferramenta eleitoral. Cumprir essa obrigação é dever da instituição, e não motivo de propaganda. Tal exposição pública, além de desnecessária, prejudica a imagem da advocacia, associando-a a investigações criminais, o que deveria ser evitado pela própria Ordem.
A OAB não pode servir a interesses eleitorais, e sim à defesa incondicional de seus membros, sem expô-los indevidamente, resguardando o próprio direito ao contraditório, evitando, assim, um possível linchamento público.