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25/09/2024 às 11:04

'EXTORQUIR MARIDOS'

Vídeo | 'Só contribui para o aumento da violência', diz Buzetti sobre fala de deputado acerca do uso de medida protetiva

Senadora ainda demonstrou indignação e questionou que tipo de recado o parlamentar gostaria de passar à sociedade sobre o fim da violência doméstica

Mariana da Silva

<Font color=Orange> Vídeo </font color> | 'Só contribui para o aumento da violência', diz Buzetti sobre fala de deputado acerca do uso de medida protetiva

Foto: Reprodução

Autora do projeto de lei 4.266/2023, que modifica o Código Penal, a Lei das Contravenções Penais, a Lei de Execução Penal, a Lei de Crimes Hediondos e a Lei Maria da Penha, para tornar o feminicídio crime autônomo e agravar a sua pena e de outros crimes praticados contra a mulher, a senadora Margareth Buzetti (PSD) rechaçou a fala do deputado estadual em exercício Hugo Garcia (Republicanos). Ele disse que mulheres usam medida protetiva para extorquir maridos. A parlamentar divulgou seu posicionamento por meio de vídeo publicado nesta terça-feira (24) em seu Instagram.

“A palavra da mulher vale, deputado, porque somos nós que sentimentos na pele a violência que os homens cometem contra as mulheres em um país onde uma mulher é morta a cada 6 horas. A cada cinco minutos, uma menina ou mulher é violentada. Quando um deputado faz uma fala dessas ele só contribui para o aumento da violência”, criticou Buzetti.

A senadora ainda demonstrou indignação e questionou que tipo de recado o parlamentar gostaria de passar à sociedade sobre o fim da violência doméstica. 

 

Quem também criticou a postura do político foi a primeira-dama Virginia Mendes, por meio de nota em sua rede social. 

“Eu me recuso a acreditar que um suplente de deputado tenha feito essa fala infeliz, porque ele está julgando todas as mulheres, isso é inadmissível. Nós sabemos a guerra que enfrentamos diariamente, inúmeros casos que chegam até nós e ainda tem aqueles que nós não temos acesso”, disse Virginia.

Incisiva, ela ainda acrescentou que as palavras do deputado não contribuem em nada para a luta contra a violência doméstica e que o parlamentar demonstrou um péssimo exemplo como cidadão ao infringir a lei seca, outra polêmica em que o político se envolveu na mesma semana.

Quem também condenou a fala de Hugo foi a própria presidente da ALMT, Janaina Riva (MDB). A parlamentar afirmou que quando um ocupante de cargo público coloca em xeque os mecanismos existentes de proteção à mulher em um dos estados que mais mata mulheres no país, fragiliza ainda mais todo um sistema que já é muito aquém do ideal para fazer brecar a violência de gênero, punir agressores e os feminicidas.

“A fala do colega foi muito infeliz e espero sinceramente que ele se retrate. Tivemos um exemplo recente dentro do parlamento de que a violência contra a mulher precisa ser combatida em todas as frentes porque não escolhe classe social, cor da pele ou credo. Como representantes da população, é nossa obrigação garantir esses meios de combate”, disse Riva por meio de nota. 

O caso

Hugo Garcia (Republicanos) foi detido no domingo (22) em uma blitz por dirigir sob efeito de alcool. Consta no boletim de ocorrências que os policiais perceberam hálito alcoolico, olhos vermelhos, falta de equilibrio e outros sinais característicos da embriaguez no deputado, que assumiu recentemente a cadeira como suplente de Valmir Moretto. Ele se recusou a fazer o teste de etilometro e foi preso, pagou fiança e foi posto em liberdade.

Veio à tona também nesta semana que a ex-esposa de Hugo pediu medida protetiva contra ele no passado. Neste contexto, o deputado confirmou o fato durante entrevista a um programa de rádio e ainda acrescentou que algumas 'mulheres pedem a medida para extorquir maridos'.
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