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26/09/2024 às 13:59

PARA NÃO SE REPETIR

Os 40 (erros) do Rock in Rio: edição foi marcada por caos e decepção do público

Portal LeoDias marcou presença em vários dias do festival

Portal Leo Dias

Os 40 (erros) do Rock in Rio: edição foi marcada por caos e decepção do público

Foto: reprodução

Caos, pancadaria, cobrança, tentativa de invasão, atrasos, acúmulo e mais. Todos esses adjetivos e muitos outros marcaram a grande celebração dos 40 anos do Rock in Rio, que tinha de tudo pra celebrar a história da transformação da música brasileira nas últimas décadas, mas para muitos virou um show de decepção. O portal LeoDias marcou presença no festival e ouviu o público, que esperava muito mais do evento anunciado como “o maior do mundo”.

Quem vai ou quer ir ao Rock in Rio sabe que os ingressos de acesso ao festival não são nada baratos e, portanto, espera que a qualidade tanto da música quanto do local em si esteja a altura. Infelizmente, não foi isso que parte das pessoas presenciou. Os preços de alimentação, que sempre foram caros, ficaram ainda piores, com pessoas chegando a pagar quase R$ 200 por três mínimas refeições (ou lanches), durante o dia. Isso, é claro, se você não contar com qualquer bebida que não seja água.

Talvez em outros Rock in Rio’s passados você tenha visto nas redes sociais a febre de copos colecionáveis, brindes tão requeridos pelo público que acabavam em questão de minutos. Pois bem, até essa graça o festival deste ano fez questão de tirar. Cada tipo de bebida obrigava o público a comprar um copo diferente, sendo proibido usar, por exemplo, um copo de refrigerante para beber cerveja. Ah, e não se esqueça do copo colecionável do próprio Rock in Rio, que não podia ser utilizado com nenhuma bebida fora a água. Um acúmulo que vai inclusive contra a sustentabilidade que o festival tanto presa.

Não aprendemos nada com Taylor Swift?

Neste ano o Rio teve um de seus invernos mais quentes, mas parece que a produção não aprendeu com os erros de outras pessoas, como os show de Taylor Swift de 2023, quando Ana Benevides faleceu devido ao excesso de calor. Devemos pontuar que a iniciativa de ter vários pontos de abastecimento de água de graça, assim como jogar spray de água no público, foi ótimo plano, mas, na prática, a realidade era outra.

Nas filas da entrada, antes mesmo da revista, já haviam pessoas passando mal de calor, sem nenhum ventilador ou o spray de água à vista. No gramado, também eram poucas as pessoas designadas para a tarefa – que quem aproveitou, agradeceu e muito pelo mínimo refresco -.

Vale lembrar que quem é fã de festival sabe bem da possibilidade de ficar embaixo de sol ou chuva, mas isso não significa que a produção deva deixar rolar e fazer pouco para auxiliar o público.

Diversão pra quem paga mais

Agora vamos falar de diversão? A cada ano mais patrocinadores levam novas experiências para dentro da cidade do Rock, aumentando a quantidade de brindes e de atendimentos, o que tecnicamente funcionaria. No entanto, ainda existe grande parte dessas áreas que enche antes mesmo da abertura dos portões oficial, para quem – adivinhe só – paga a mais.

Cabe ressaltar aqui que o problema não é disponibilizar esses horários para quem quer garantir sua entrada mais cedo – a decepção é de quem chega cedo, entra assim que o portão abre oficialmente (14h) e às 14h05 da tarde já não consegue um brinde ou agendamento de brinquedo porque só tinham vagas suficientes para (todas) as pessoas que pagaram o ingresso “premium” -.

Aos poucos, o Rock in Rio, com suas dificuldades, tem se tornado menos um festival onde as pessoas vão para passar o dia e aproveitar e mais um lugar para sentar e esperar a hora do show escolhido, já que as experiências são sempre tão cheias ou caras.

Atrasos, cancelamentos e caos

Em meio a isso, ainda existe a preocupação de não ver o show que você esperava por muitos motivos: atrasos; o caso de Luan Santana, que teve que cancelar por este motivo; tentativa de invasão; boataria vinda dos próprios seguranças que estão ocorrendo arrastões dentro da Cidade do Rock; a ruim e velha pancadaria; e dessa vez um fator impressionante e lastimável, o uso de spray de pimenta, que ou não foi identificado na revista ou foi usado por seguranças do festival, que negaram o fato.

Mas e os shows?

E se até agora não falamos dos shows desta edição (e de todas as outras) existe um motivo: precisamos mesmo falar tanto assim? As escolhas deste ano foram sim importantes, mas em maioria para a cultura pop. O Rock in Rio tem se tornado Pop em Rio, com artistas que mesmo atraindo o grande público, não representam grande parcela do Brasil e, honestamente, nem do Rio.

As recentes adições do Espaço Favela e aumento do Palco Sunset felizmente deram mais holofotes a outros gêneros, mas o que poderia ser uma grande celebração da diversidade cultural e musical brasileira, como o próprio Dia Brasil, acabou sendo um fiasco.

Com cada vez menos variedade e acesso a quem não é da elite, preços exorbitantes e falta de um escala mais plural de artistas, o Rock in Rio, tão admirado, vem perdendo sua graça e, infelizmente, sua essência, que não necessariamente está atrelada ao Rock, mas ao sentimento mais livre de aproveitar o dia sem tantas barreiras, perrengues que poderiam ser evitados e insegurança.
 
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