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15/10/2024 às 09:56

EMOCIONANTE

Sobrevivente da chacina de Sinop acredita que crime foi motivado por 'inveja' e diz que tentou correr atrás da filha

Ela ainda negou que as pessoas estariam zombando dele e seu comparsa, Ezequias Souza Ribeiro, que morreu em confronto com a polícia

Kamila Arruda e Eloany Nascimento

Sobrevivente da chacina de Sinop acredita que crime foi motivado por 'inveja' e diz que tentou correr atrás da filha

Foto: reprodução

Sobrevivente da chacina ocorrida em Sinop em 2023, Raquel Gomes de Almeida foi a primeira a prestar depoimento durante o julgamento do autor do crime, Edgar Ricardo de Oliveira, que está acontecendo nesta terça-feira (14). Além dela, 

Bastante emocionada e vestindo uma camiseta com a foto do marido e da filha que foram mortos durante o massacre, a vítima disse que acredita que o crime foi motivado por inveja, pois os criminosos estavam perdendo partidas consecutivas na sinuca. 

Ela ainda negou que as pessoas estariam zombando dele e seu comparsa, Ezequias Souza Ribeiro, que morreu em confronto com a polícia.


“Ninguém zombou de ninguém, ninguém fez nada e aí eles perderam. Eu acredito que foi por inveja, porque se fosse por dinheiro, eles poderiam ter pegado o dinheiro e levado, até mais coisas se quisessem levar, eles levavam. Acredito que foi por inveja, porque não sabiam jogar, porque se fosse por dinheiro, a gente devolvia o dinheiro”, relatou a vítima. 

Raquel ainda deu detalhes do crime e afirma que tentou ir atrás da filha de 12 anos, que saiu correndo quando escutou os primeiros disparos, mas foi impedida pelos criminosos. Ela conta que, no momento, imaginou que a filha sobreviveria, mas que perderia os pais. 

Segundo a depoente, sua filha estava próxima ao pai no momento da chacina, e que só percebeu a filha correndo passando por ela, e ela disse “Larissa não vai, e ela disse não mãe, eu não posso ficar aqui e saiu correndo". 

"Logo em seguida, quando ela correu, eu também ia correndo, mas ele (Ezequias) me mandou ficar no chão. Eu fiquei no chão e pensei que eu ia morrer e ela ia ficar sozinha porque ela tinha corrido", relatou. 

Raquel disse que o Ezequias tentou disparar contra ela, mas a arma já estava descarregada. Após isso, eela afirma que eles pegaram a bolsa dela, onde tinha celular dela e do esposo, relógio, um pouco de dinheiro que era dela mesmo, e outras coisas pessoais. Levaram também o dinheiro de Getúlio que estava em cima da mesa de sinuca. 


Raquel presenciou a morte do marido, Getúlio Frazão, e da filha Larissa, de apenas 12 anos. Eles e mais cinco pessoas foram mortas com tiros a queima roupa. Além da mulher, o sobrinho do esposo dela, Luiz Carlos Souza Barbosa conseguiu sobreviver correndo do estabelecimento depois do primeiro disparo.

A 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Sinop denunciou Edgar Ripor sete homicídios qualificados (motivo torpe, emprego de meio cruel, por meio que resultou perigo comum e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima), furto qualificado e roubo majorado. O denunciado ainda responde por mais uma qualificadora, por ter matado vítima menor de quatorze anos. 

Edgar Oliveira é réu confesso do crime conhecido como “Chacina de Sinop”, ocorrido em 21 de fevereiro deste ano. O outro envolvido, Ezequias Souza Ribeiro, morreu em um confronto com a polícia. 

As vítimas da chacina foram Maciel Bruno de Andrade Costa, Orisberto Pereira Sousa, Elizeu Santos da Silva, Getúlio Rodrigues Frazão Júnior, Josue Ramos Tenorio, Adriano Balbinote e Larissa de Almeida Frazão (12 anos). 
 

Realidade pós chacina

Raquel relatou que morava com a família em Governador Nunes Freire, no  Maranhão, mas que o marido estava em Sinop a trabalho, e ela e a filha visitavam Getúlio. 

Com a tragédia, a mulher retornou para o estado do nordeste, sem o marido e a filha, bem como desamparada financeiramente, já que dependia da renda do marido, que sustentava a casa. 

“Minha vida se transformou porque eu tinha os dois, ele trabalhava, tinha a Larissa que era o tempo todo comigo e agora eu não tenho mais ninguém, estou sozinha, não tenho mais ela comigo”.

Raquel disse ainda que a filha era uma criança alegre, estudiosa e que faz muita falta "era tudo pra mim". De acordo com a mulher, a menor ia completar 14 anos no próximo mês. 

No Júri Popular, a sobrevivente finalizou o depoimento com um pedido de Justiça para que Edgar não fique impune e saia da cadeia.

“Eu só quero dizer que não soltem ele, que ele fique preso, que pague pelo que ele fez. Ela não vai mais voltar, mas ele estando preso já é um alívio".

 

*Atualização às 16h para corrigir
informação do número de sobreviventes

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