Sindicato fala em rombo superior a R$ 400 mi e que antiga diretoria da Unimed fez 'reféns' prestadoras de serviço
Sindicato dos Estabelecimentos de Saúde de MT relembrou que os prestadores foram duramente penalizados pelos atos cometidos pela gestão anterior da cooperativa e garantiu que as condutas já haviam sido alertadas à ANS
“O rombo provocado por essa gestão e noticiado no valor de R$ 400 milhões poderá ser ainda maior”. A informação é do Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Mato Grosso (Sindessmat) divulgada em nota sobre o esquema de fraudes cometido pela gestão passada na Unimed Cuiabá. A declaração acompanhou ainda a afirmação de que o antigo alto escalão da cooperativa fez as prestadoras de serviço de saúde ‘reféns’.
“... se considerarmos os valores que a rede prestadora de serviços deixou de receber em razão dessas condutas arbitrárias, tomadas sempre sob a forte ameaça de descredenciamento dos prestadores, que se tornaram reféns diante da Unimed Cuiabá, por ser a sua maior fonte pagadora - dado o domínio de mercado que ela exerce na saúde privada da capital”, completou a nota.
A manifestação foi emitida na última sexta-feira (1º), semana em que foi deflagrada pela Polícia Federal a 'Operação Bilanz', para apurar a fraude milionária durante a antiga gestão da Unimed Cuiabá.
No comunicado, o sindicato relembrou que os prestadores foram duramente penalizados pelos atos cometidos pela gestão anterior da cooperativa e garantiu que as condutas já haviam sido alertadas à Agência Nacional de Saúde (ANS), em 2020.
“Em um breve retrospecto, a diretoria do Sindessmat, em março de 2020, levou até a sede da Agência Nacional de Saúde – ANS uma denúncia com robustez de provas dos atos abusivos que eram cometidos pela Unimed Cuiabá, ressaltando em reunião realizada com a diretoria da ANS que os atos praticados geravam não só prejuízos aos seus associados quantos aos próprios usuários do plano”, escreveu.
Conforme a Sindessmat, desde 2019, a Unimed vinha de forma arbitrária promovendo a redução unilateral dos valores pagos aos prestadores, além de instituir o que ela mesmo chamou de teto orçamentário. “... passou a pagar apenas 50% do valor dos serviços prestados que ultrapassassem o teto por ela definido, fazendo com que as empresas, para garantir o atendimento dos usuários da Unimed, ficassem sem receber por todos os serviços efetivamente prestados”, detalhou.
Além da denúncia na ANS, o sindicato garantiu que o caso foi protocolado no Ministério Público, propositura de uma ação judicial, além de comunicados de alerta aos cooperados e denúncias à imprensa.
Alvos da operação
Estão entre os alvos da operação o ex-presidente Rubens de Oliveira, a ex-diretora administrativo-financeiro, Suzana Aparecida Rodrigues dos Santos Palma, o economista Eroaldo de Oliveira, que ocupava o cargo de CEO na entidade, a contadora Ana Paula Parizzotto, a analista de risco Tatiana Bassan, e a advogada Jaqueline Larréa. Todos eles foram presos, no entanto, foram postos em liberdade no mesmo dia pela Justiça Federal.
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