Uma das principais apostas de combate ao crime organizado da gestão do governador Mauro Mendes (União), o programa ‘Tolerância Zero’, sequer passou pelo crivo do ex-comandante-geral da Polícia Militar, coronel Alexandre Mendes. O chefe do Executivo disse que optou por deixá-lo de fora da construção da iniciativa sob o argumento da importância do sigilo estratégico das operações e porque o coronel já deveria se aposentar em março, o que não lhe garantiria uma continuidade dos trabalhos.
“Ele não participou mesmo, né? Ele foi construído como eu sempre faço, com muito sigilo e com algumas pessoas participando. Não houve a participação dele, isso é uma verdade”, declarou em coletiva de imprensa no Palácio Paiaguás, na manhã desta sexta-feira (29).
Sobre uma possível falta de confiança em Mendes, que passou a faixa de comandante-geral ao colega coronel Cláudio Fernando Carneiro Tinoco, também nesta sexta, Mauro negou e justificou a necessidade de reoxigenação do comando. Somado a isso, dada à expectativa sobre o novo programa e o possível aparato técnico e estratégico ao longo de meses anteriores até o lançamento, feito no início desta semana, esse distanciamento do governador com o então comandante chamou atenção.
“Nós tínhamos lá profissionais. Tem esse escrito que o governador chama quem ele acha que é importante chamar para construir as estratégias, de acordo com o meu modelo de trabalho. E o meu modelo de trabalho não é fazer uma assembleia com 10, 20 para discutir, mas estratégia que tem que ter começo, meio, fim e dar resultado”, declarou Mauro que ainda justificou:
“Ele também já caminha para a aposentadoria, já estava com tempo dispulsório agora no início do ano, e nós antecipamos agora em função de começar um programa que vai durar meses ou até o final do meu mandato, provavelmente. Espero que continue depois, planejando já com o comandante que pudesse continuar e não alguém que ficaria aí poucos meses até março”.
Tolerância Zero
O programa foi lançado na segunda-feira com o objetivo de conter o avanço de facções criminosas em todo o Estado, em especial em presídios com o auxílio das forças de segurança.
O pacote de medidas prevê a criação da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus), que será separada da Secretaria de Segurança Pública, que foi aprovada pela Assembleia Legislativa nesta semana.
A nova pasta será liderada pelo delegado Vitor Hugo Bruzulato, atual secretário adjunto de Administração Penitenciária. A Sejus ficará responsável pelos sistemas Penitenciário e Socioeducativo, além da política estadual sobre drogas. O secretário adjunto de Administração Penitenciária da nova pasta será André Fernandes Ferreira, policial penal federal e ex-secretário de Segurança Pública de Roraima.
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