O secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, o coronel César Roveri, diz que é preciso estancar a entrada de aparelhos celulares de dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE) e outras unidades prisionais: “nós queremos cortar esse elo de dentro para fora”.
A manifestação foi feita nesta segunda-feira (2), após a primeira reunião do comitê que ocorrerá a cada 15 dias e gerenciará as ações que dever]ao ser implementadas pelo setor de Segurança Pública daqui pra frente.
Durante a entrevista, o secretário foi questionado sobre o uso de celulares dentro da penitenciária, isso porque, na semana passada, foram apreendidos 86 eletrônicos dentro da PCE, no âmbito da Operação Tolerância Zero.
Apenas em uma das celas, foram encontrados 32 celulares, levantando a suspeita de que o local era utilizado como uma espécie de assistência técnica para os dispositivos da unidade.
Roveri destacou a evolução da operação no estado e também comentou sobre a varredura na cela do detento Sandro Rabelo, conhecido como Sandro Louco, preso considerado de alta periculosidade e liderança do Comando Vermelho em Mato Grosso. Ele destacou a apreensão de seis aparelhos celulares do espaço do faccionado.
Na oportunidade, o secretário informou que uma série de medidas estão sendo tomadas para impedir o acesso de presos a celulares e outros materiais ilícitos. Conforme ele, o secretário adjunto, que em breve será o secretário de justiça, doutor Vitor Hugo, já está estabelecendo junto com a equipe uma série de protocolos e ações que terão que ser mudadas, como do fluxo e entrada de saída de pessoas na unidade penal.
“Neste momento inicial estaremos limpando todo esse lixo de dentro das unidades penais… Precisamos estancar a entrada, e por isso teremos uma pasta dedicada para as pessoas mergulharem neste tema, já estamos fazendo isso , apresentamos isso no comitê”, disse.
Apesar de dizer que medidas serão tomadas, o secretário não explica de que forma esse problema crônico dentro dos presídios do Estado será resolvido.
Foi levantado ainda pela imprensa ao secretário a situação do tesoureiro do CV, que também está preso na PCE e continua exercendo suas atividades criminosas dentro das dependências da penitenciária por meio de celulares. A informação de que Paulo Winter Farias, mais conhecido como WT comanda o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro foi revelada na semana passada pelo delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), no âmbito da Operação Fair Play.
“Com essa mudança de mentalidade [com o exercício do comitê], nós vamos estancar a entrada, para que essa comunicação de dentro para fora, ela não ocorra mais”, disse.
O coronel destacou também que um processo administrativo será instaurado para verificar possíveis falhas, no entanto, não deu detalhes de como vai funcionar na prática.