A morte trágica do aluno soldado bombeiro Lucas Veloso Peres abriu diversas discussões no ano de 2024 e acendeu um alerta sobre abusos militares em treinamentos do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso.
O aluno morreu durante um treinamento de formação, no dia 27 de março, na Lagoa Trevisan, em Cuiabá. A Perícia Oficial de Identificação Técnica confirmou que a causa da morte foi afogamento.
Diante da morte, por supostos ‘caldos’, afogamentos intencionais, durante o curso de salvamento aquático, foi apresentado um projeto de lei na Assembleia Legislativa de Mato Grosso para tornar obrigatória a filmagem dos treinamentos realizados durante o curso de formação das forças de Segurança do Estado.
O 'decreto Lucas Veloso' foi sugerido pelo deputado estadual Júlio Campos (União) e acatado pelo governador Mauro Mendes (União). Durante a cerimônia de assinatura, o gestor pediu desculpas aos familiares do jovem e garantiu que a morte do soldado seria apurada e que a lei foi produzida para evitar que outras mortes ocorram.
A medida passou a ser cogitada após o laudo preliminar da Politec apontar a morte do aluno por afogamento. Inicialmente, a causa da morte do jovem foi anunciada como um mal súbito, contrapondo a perícia.
O inquérito, finalizado em maio, concluiu por indícios de crime militar na conduta dos três bombeiros investigados. De acordo com o documento, o capitão bombeiro Daniel Alves foi o responsável por comandar a atividade prática de instrução de salvamento aquático, tendo como monitores os codenunciados soldado bombeiro Kayk Gomes dos Santos e o soldado bombeiro Weslei Lopes da Silva.
Posterior ao indiciamento, o Ministério Público Estadual (MPE) denunciou o capitão Daniel e o soldado Kayk pelo homicídio duplamente qualificado do aluno. O órgão ainda requereu o pagamento de R$ 1 milhão para reparação dos danos causados em favor dos familiares da vítima.
Os acusados passam por processo criminal na Justiça Militar.