A possível federação nacional, ou até mesmo fusão, entre os partidos União Brasil, Progressistas e Republicanos pode definir as eleições para o governo de Mato Grosso em 2026. Isso porque o senador Jayme Campos (União) condiciona sua permanência no partido a estas duas possibilidades, afinal, o parlamentar não esconde de ninguém a vontade de ser candidato à vaga a ser deixada por Mauro no fim do ano que vem.
Jayme concedeu uma entrevista na manhã de quinta-feira (16) ao Jornal da Cultura e explicou que, em cada estado do Brasil, a possível federação, ou fusão, das três siglas é discutido de forma diferente, afinal, cada região tem seus aliados em particular. Como é o caso de Mato Grosso, no qual o governador Mauro Mendes (União) tem afinidade com lideranças não só do PP e do Republicanos, mas também com políticos do PRD.
“Aqui, depende, porque o Mauro ‘manda’ no União, Republicanos, PP e PRD. A princípio, quem não estiver satisfeito ou incomodado [com a Federação] que se mude. Eu mesmo vou ver, se eu tiver espaço, ok. Se não tiver, é bye bye, tchau tchau. Me perguntam se eu vou ser senador. Eu digo: ‘amigo, não se preocupa comigo, eu sei fazer política e, no momento certo, eu vou definir". Vou aguardar, falar com Brasília, se tiver de fato essa possibilidade de fusão ou federação, aí vamos ver onde me cabe”, disse o senador.
A federação ou fusão entre PP, União Brasil e Republicanos ainda não está confirmada nacionalmente. A possibilidade mais forte é de que as três siglas se unam em uma grande federação que pode lhes garantir uma bancada de 153 deputados federais na Câmara. Todavia, o problema é que os partidos ficariam unidos obrigatoriamente pelo prazo de quatro anos, o que pode influir diretamente nas eleições gerais de 2026 e nãos eleições municipais de 2028.
Atualmente, há um desencontro de vontades dentro do União Brasil. De um lado está a cúpula ligada ao governador Mauro Mendes, que não esconde a preferência de apoiar a candidatura de Otaviano Pivetta (Republicanos) ao Executivo estadual. Lembrando que, além de ser o presidente estadual do partido, Mauro ainda conta com o apoio da maioria dos filiados.
Já de outro lado estão as lideranças que defendem que o União deve ter uma candidatura própria para continuar governando o Estado. Este grupo defende o nome de Jayme Campos como o cabeça de chapa na disputa. É por isso que o senador garante que, se for preterido dentro do partido, ele não descarta tomar um rumo para outra sigla.
“Já fui chamado para vários partidos, sou respeitado e bem tradado em Brasília, o MDB me convidou. Quem não quer Jayme Campos? Candidato bom, leve, não perturba, não enche o saco, faz campanha com sola e saliva dele. Inclusive, pode perguntar pro Mauro se sou bom parceiro. Talvez eu não tenha o merecimento da cúpula, mas, modéstia à parte, sempre faço minha parte de forma independe com altivez e respeitado com aliados”, disse o senador.