O senador Jayme Campos (União) defende as investigações feitas pelo Ministério Público Federal (MPF) em relação às transferências de emendas parlamentares para as cidades de Mato Grosso. Todavia, o senador afirma que as investigações também devem atingir os prefeitos que recebem esses recursos.
“Tem que investigar sim, mas não só o senador, mas o prefeito, se ele aplicou direito [os recursos]. Eu não sou órgão de controle, minha obrigação é lutar para trazer recursos pro Estado, mas se não aplicou bem, isso é malversação de dinheiro público, tem que ser preso”, disse o senador durante entrevista concedida ao Jornal da Cultura, nesta quinta-feira (16).
Desde meados de 2024, diversos políticos brasileiros estão sendo investigados pelo MPF para averiguar as “emendas pix” enviadas para os municípios. Em Mato Grosso, além de Jayme Campos, também são investigados os deputados federais Coronel Fernanda (PL), Emanuelzinho (MDB), Coronel Assis (União) e até mesmo a deputada falecida Amália Barros (PL). O objetivo das investigações é analisar se as emendas foram enviadas e executadas de maneira correta.
As “emendas pix” receberam esse nome por serem uma modalidade mais rápida de envio das verbas parlamentares. Nesta modalidade, os recursos são enviados de forma direta para os municípios e até mesmo para o Estado. Até novembro do ano passado, bastava o parlamentar indicar para qual cidade a verba seria destinada, sem necessidade de projeto ou obra específica.
No fim do ano de 2024, o Supremo Tribunal Federal (STF) definiu novas regras e restrições para o envio do dinheiro, sendo que a partir de agora os parlamentes devem dar mais transparência aos recursos.
“Sou favorável à maior transparência, tal qual o questionamento do ministro Flávio Dino que, quando faz Emenda de Comissão, não vai o nome do senador. Por qual motivo? Quero que coloca meu nome, porque aí o prefeito vai saber quem destinou o recurso. Por que alguns não querem? Sinal de que tá com má intenção”, disse o senador.