O governador Mauro Mendes (União) não descarta a possibilidade de vir a rescindir o contrato com o consórcio BRT, conjunto de empresas responsáveis pela obra de implantação do novo modal de transporte em Cuiabá e Várzea Grande. O gestor estadual cita atraso considerável na obra e afirma que o consórcio já extrapolou os limites do aceitável.
Ele frisa, contudo, que essa é uma decisão que deve ser bem embasada e, por isso, está sendo analisada cuidadosamente pela Secretaria de Infraestrutura e Procuradoria Geral do Estado.
“O governo está apertando muito a empresa do BRT. Só esse ano já fiz quatro reuniões com a equipe técnica para discutir esse assunto com as secretarias, com o secretário Marcelo, com a Procuradoria e nós estamos no limite para tomar uma decisão, mas essas decisões precisam ser bem fundamentadas”, enfatizou Mendes em entrevista a Rádio Jovem Pan, na manhã desta quarta-feira (29).
O governador reconhece que rescisão contratual é um caminho doloroso, mas garante que não irá hesitar em tomar essa decisão se houver embasamento técnico e a empresa continue tocando a obra a passos de tartaruga.
“Eu como governador e o governo não podemos tomar uma decisão no afogadilho, fazer uma bobagem e o estado ainda ter que indenizar uma empresa dessas. Nós estamos trabalhando, vamos conversar com o TCE, com quem é devido neste momento e tomar uma decisão madura e segura”, disse.
“O desempenho da empresa está horrível e o governo paga literalmente em dia, estamos pagando corretamente, mas ele não consegue produzir. Tem as dificuldades dele, a gente pode até entender, mas isso é um problema dele, nós contratamos para ele resolver o problema e não para ficar justificando o problema”, completou.
Diante disso, Mendes promete uma solução definitiva para esse imbróglio em breve. “O desempenho não está bom, estamos finalizando algumas tratativas internas e em breve vamos ter um desfecho positivo, que eles melhorem de vez, ou até um possível rompimento de contrato.[...] Romper um contrato é um caminho dolorido, porque isso pode demorar muito tempo, então evita-se sempre isso. Mas aqui já extrapolou o limite. A expectativa é resolver o problema e a partir daí e estabelecer um novo cronograma”, colocou.
Mendes admite que a obra já deveria ter sido finalizada e não sabe se vai conseguir inaugurar o BRT ainda durante sua gestão frente ao Palácio Paiaguás.
“Depende muito desse desempenho das empresas. O que os podemos fazer nós fazemos: pagar em dia, apertar, cobrar, fiscalização está em cima. [...] Já deveria estar pronto, mas não está”, finalizou.