Cuiabá, quinta-feira, 06/02/2025
19:06:48
Dólar: 5,76
Euro: 5,97
informe o texto

Notícias / Agro e Economia

02/02/2025 às 12:18

COMMODITY

Soja convencional tem prêmios atrativos na safra 2024/25

Com a crescente demanda internacional por alimentos mais naturais e saudáveis, os produtores rurais estão conseguindo receber prêmios mais altos na comercialização da soja livre de transgênicos

Leiagora

Soja convencional tem prêmios atrativos na safra 2024/25

Foto: Reprodução

Com a crescente demanda internacional por alimentos mais naturais e saudáveis, os produtores rurais estão conseguindo receber prêmios mais altos na comercialização da soja livre de transgênicos.

Segundo o Instituto Soja Livre, os prêmios para a soja convencional têm se mostrado bastante atrativos, variando entre US$ 4 e US$ 6 por saca, em função da oferta e da demanda no mercado. Apesar da redução na área plantada, há interesse no cultivo para atingir mercados mundiais.

“Ao longo da última década, a soja livre se tornou um nicho para ‘produtores especialistas’, pois é um produto com muita tecnologia embarcada e de muito valor agregado, pois requer cuidados específicos desde a semente à originação para garantirmos a segregação do grão. Em troca disso, eles, os produtores, são rentabilizados. Assim, mantemos seguros com a demanda de mercado, bem como contribuímos para garantir a liberdade de escolha do sojicultor brasileiro”, diz César Borges, presidente do Instituto Soja Livre (ISL).

A China, maior consumidor mundial de soja, tem demonstrado um interesse crescente pela soja não transgênica, impulsionada pela preocupação com a segurança alimentar e a busca por produtos mais saudáveis para sua população.

De 2015 até 2025, a China praticamente dobrou a produção de soja convencional para dar conta do consumo doméstico, e vem crescendo ano a ano. Em 2022, além da maior produção local, a China ainda importou cerca de 1,5 milhão de toneladas de soja livre de transgênicos.

Além da China, outros países como o Japão também têm demandado soja convencional para a produção de alimentos como tofu, leite e óleo de soja. O país asiático busca diversificar sua cadeia de suprimentos e reduzir a dependência do mercado norte-americano.

“Empresas coreanas também estão fazendo o mesmo movimento, o que pode se converter na recuperação do corredor de sojas especiais para a Ásia”, explica o consultor do ISL, Fernando Nauffal.

A estimativa é que o Japão importa hoje cerca de 3,5 milhões de toneladas de soja livres de transgênicos, a maior parte originada nos EUA e Canadá. Deste total, um milhão de toneladas são dedicadas ao consumo humano, com base em variedades especiais.

A Europa, por sua vez, após enfrentar uma safra frustrante em alguns países, tem se mostrado um importante destino para a soja convencional brasileira. Apesar do grande crescimento da produção de soja na EU-27 ao longo dos últimos dez anos, passando de cerca de 1,5 milhão para quase 3 milhões em 2023, a necessidade de importações segue sem alterações.

A queda na produção local na safra 2024/25 e as dificuldades persistentes derivadas das importações de soja e farelo da Rússia e da Ucrânia devido à guerra têm impulsionado as importações da América do Sul, o que tem beneficiado os produtores nacionais.

A Noruega, maior demandador de soja convencional brasileira, também ampliará o comércio devido às influências climáticas na aquicultura, com menor produção de espécies adequadas à produção de farinha e óleo de peixe, principais alternativas a soja com insumo de rações.

Mato Grosso segue sendo líder na produção da soja convencional no país, sendo responsável por cerca de 47% da área de produção nacional, com mais de 700 mil toneladas originadas na última safra. Para 2025, a expectativa é que a produção brasileira alcance 1,5 milhão de toneladas.

Apesar do crescimento da demanda de soja convencional, houve uma redução de 21% na área total destinada a essa cultura no Brasil na última safra, passando de 686 mil hectares para 543 mil hectares. Em Mato Grosso, a redução foi ainda maior, de 27%, passando de 379 mil hectares para 274 mil hectares.

“Mesmo com uma área menor, a soja convencional se mostra como uma alternativa promissora para os produtores brasileiros, que podem aproveitar os bons prêmios oferecidos pelo mercado internacional. Com a iminência de aumento da demanda global por esse nicho de commodity, o cultivo de soja convencional oferece boas oportunidades de negócios para os agricultores”, afirma Eduardo Vaz, diretor executivo do Instituto Soja Livre.

 
Da assessoria
Clique aqui, entre na comunidade de WhatsApp do Leiagora e receba notícias em tempo real.

Siga-nos no Twitter e acompanhe as notícias em primeira mão.


 

0 comentários

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do site. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

 
Sitevip Internet