Abilio mantém determinação de demanda espontânea nas unidades de saúde e avisa CRM: 'pode emitir nota, representar no MP'
O gestor alegou ócio por parte de médicos que atuam em UBS em comparação aos profissionais que se desdobram para atender a demanda em Unidades de Pronto Atendimento
Da Redação - Luíza Vieira / Da Reportagem Local - Paulo Henrique Fanaia
O prefeito Abilio Brunini (PL) ignorou a reivindicação do Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) e garantiu que irá manter a normativa que garante o atendimento de demanda espontânea nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), e ainda rebateu a entidade: “pode emitir nota, não tem problema nenhum. Pode representar no Ministério Público Federal, estadual. Estamos seguindo a legalidade”.
As declarações foram dadas nesta quarta-feira (30). O gestor alegou ócio por parte de médicos que atuam em UBS em comparação aos profissionais que se desdobram para atender a demanda em Unidades de Pronto Atendimento (UPA), os quais, segundo Brunini, têm salários inferiores.
O prefeito destaca ainda a necessidade de mudança na cultura para que a população comece a buscar por atendimento nas UBSs, o que, consequentemente, aumentará a demanda e propiciará maiores investimentos.
“As unidades de saúde faz o seguinte: agenda 10 pacientes de manhã e 7 de tarde. Só vai 3, 4 dentro do agendamento e passa o resto do dia ocioso. Por isso, a demanda espontânea tem que ser atendida nas Unidades Básicas de Saúde. (...) Sem falar que quem trabalha na unidade básica de saúde ganha mais porque ele ganha o salário, mais a gratificação, mais o prêmio saúde, mais a insalubridade”, pontuou e ainda completa:
“Como não tinha demanda nas unidades, não tinha como criar histórico de atendimento e de necessidade. As pessoas não iam na unidade básica de saúde. Com a demanda espontânea, irá se formar um histórico”, considerou respondendo às reprovações do CRM contra a medida.
Ocorre que o conselho emitiu uma nota, ainda na semana passada, em que rechaçou as determinações impostas pelo Executivo municipal. Dentre as justificativas a falta de estrutura e materiais necessários para o atendimento aos pacientes sem agendamento prévio nas UBSs. Somado a isso, o texto acusava Brunini de promover uma ‘cortina de fumaça’ quanto aos problemas crônicos na atenção primária de saúde em Cuiabá, além de reforçar que a medida incentivava violência contra médicos.
Em meio a coletiva, via sistema de monitoramento disponível na prefeitura, o gestor mostrou imagens de UPAS e UBSs aos presentes. Ao que identificou nas UPAs superlotações e em postinhos, cadeiras vazias. Imagens essas que ele pretende disponibilizar ao conselho.
"Inclusive, eu vou disponibilizar essas imagens para o CRM, mas estou analisando a legalidade disso (...) para que eles possam acompanhar qualquer pessoa na UPA lotada e ver a unidade básica de saúde vazia. Qualquer pessoa sente um constrangimento sobre isso".
Com isso, Brunini reforça que apenas pacientes que não estejam em estado grave recorram às UBSs e postos de saúde, respeitando o Protocolo de Manchester que estabelece classificação de risco aos pacientes por sistema de triagem. A ideia que apenas aqueles com 'pulseira verde', ou seja pouco urgentes, sejam atendidos de forma mais rápida nas UBSs e não superlotem as UPAs.
“Vou, porque ela é legal, ela é legal, o Ministério da Saúde preconiza isso, vou manter a recomendação, as unidades básicas de saúde têm que atender demanda espontânea, vou manter essa recomendação, ela é preconizada no Ministério da Saúde”.
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