Em visita as obras de implantação do Ônibus de Transporte Rápido (BRT) em Cuiabá, o presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Sergio Ricardo, recomendou que o governador Mauro Mendes (União) rescinda o contrato com o consórcio responsável pela implantação do novo modal. Em seu entendimento, as três empresas responsáveis pela obra não têm condições de finalizar o BRT.
“Essa obra teve início em 2022 e era para terminar em 2024. Teve um aditivo, agora já está para 2026/2026. Na realidade, nós temos uma opinião formada, nos entendemos, e fica aí a dica para o governador do estado, que essas três empresas que assumiram essa obra, definitivamente não tem condição e terminar e de tocar essa obra. Então, eu entendo que o caminho é o governo rescindir com essas empresas, fazer um emergencial e trazer uma empresa que comece e termine, com prazo para começar e para terminar a obra”, disse na manhã desta quinta-feira (30).
Para ele, se o governo do Estado continuar insistindo em manter o consórcio, a obra vai ficar mais cara e não sairá do papel. “Essa empresa já mudou a data, já mudou os valores e a tendência é essa. Quando você demora para fazer uma obra ela vai ficando mais cara e a prioridade máxima é a população. Essa obra já está perturbando, incomodando e já devia estar pronta”, disse frisando que a obra não é um bicho de sete cabeças.
“Essa obra é uma obra simples, é jogar concreto em cima de uma rua que já estava pronta. É concreto em cima de uma rua que estava com toda terraplanagem pronta. Então, não tem grandes intervenções para fazer”, completou.
Apesar disso, ele reitera que as empresas responsáveis não têm condições de dar continuidade. “Não vai funcionar e a prova estar aí, não adianta ficar tentando, conversando. Na visão do Tribunal, a gente já vê prejuízo, principalmente para a sociedade. As empresas não têm condições financeiras e estruturais para continuar essa obra”, disse.
Desta forma, Sergio Ricardo coloca o Tribunal de Contas a disposição do poder Executivo para que ele possa fazer a rescisão contratual. “Então, fica aqui uma sugestão para terminar com essa agonia da população, fazer a rescisão. Naquilo que ele [governador] precisar do Tribunal de Contas para contribuir nessa formação, o Tribunal está à disposição”, concluiu.
Vale lembrar que o próprio governador já admitiu que a rescisão contratual com o consórcio BRT está no seu radar. No entanto, admitiu que não se trata de um procedimento tão simples.