Em meio à cerimônia de início do ano parlamentar na Câmara de Cuiabá, o clima pesou entre o vereador Jeferson Siqueira (PSD) e o prefeito Abilio Brunini (PL). O gestor, que leu a mensagem em cerimônia na manhã desta segunda-feira (3), abandonou a sessão em meio às acusações do vereador, que afirmou, em plenário, que Brunini estava cedendo cargos da gestão para parentes de demais parlamentares da Casa de Leis. Em resposta, o chefe do Executivo cobrou provas.
Ocorre que, enquanto Brunini acompanhava a solenidade, o vereador utilizou a tribuna para tazer as acusações, até que, em dado momento, em meio à fala do parlamentar de oposição, o chefe do Executivo municipal abandonou a sessão. Rapidamente, jornalistas foram ao encontro do mandatário, que se justificou.
“Que ele apresente os nomes, as provas. Faça a acusação que ele tiver que fazer. É o papel dele de parlamentar. Acuse-os. Aponte os nomes desses vereadores e familiares. As acusações vindo do Jeferson vão vir várias. Agora, é só ele provar”.
Na sequência, o parlamentar também concedeu entrevista, em que detalhou a queixa.
“Um prefeito que disse ser contra o nepotismo, desde o começo, porém, quando avalio o Diário Oficial, a gente começa a ver irmão de vereador que é pedreiro de ofício e vira coordenador de saúde, prima de vereador vira diretora de obras. Tio de vereador permanece na Arsec. Afilhada de vereador sendo promovida na gestão com salário de R$ 14 mil”, investiu o líder do PSD.
O liberal e o parlamentar não se ‘bicam’ desde o começo das tratativas para a disputa de Mesa Diretora no Legislativo cuiabano. Daí por diante, trocam várias farpas.
Diante do novo episódio, o legislador afirmou que formalizará as acusações ao Ministério Público Estadual (MPE) e que irá se embasar juridicamente para apontar o nome de cada vereador que estaria sendo beneficiado com o que chamou de ‘guarda-roupa’ de emprego.
Somado a isso, o parlamentar ainda acusou Abilio de não agir democraticamente por ter ‘fugido’ das críticas: “o problema é que ele não aguenta ouvir a verdade. Ele se levanta e não respeita a fala do vereador. Pregou democracia e quem não consegue ouvir o discurso do outro só porque é contrário não pode falar que é democrata e que presa pela democracia”.
O liberal contestou: “tô preparado para receber críticas, acho que elas são justas, existem situações que vamos sofrer as consequências. Faz parte. Vou receber as críticas assim como eu também já fiz essas críticas, a diferença é que eu não preciso ficar olhando para a cara dele, ouvindo ele sobre comentários que ele quiser fazer”.