A vereadora Maria Avallone (PSDB) demonstrou certa estranheza com a presença constante do prefeito Abilio Brunini (PL) na Câmara de Cuiabá, e acredita não haver necessidade de o Parlamento realizar uma CPI para embasar a decisão do gestor estadual quanto a CS Mobi, empresa responsável pelo estacionamento rotatovo na Capital.
Para ela, depende apenas da decisão do prefeito de encerrar ou não, defendendo que tem autonomia para tal.
Na primeira sessão ordinária da atual legislatura, realizada na manhã desta terça-feira (4), a tucana disse que o prefeito tem passado dos limites em algumas questões, como é o caso da CPI do Estacionamento Rotativo, que foi instaurada no Legislativo após sugestão do próprio chefe do poder Executivo.
“Eu acho que sim (tem coisas que já passaram do limite). Um exemplo, sobre a CPI que o prefeito Abilio quer colocar, sobre o estacionamento. Eu acho que ele tem todo o direito e autonomia para fazer isso (investigar). Ele não precisa nem da Câmara. Ele precisa saber que ele pode sim e ele deve, porque se tem um contrato que não foi legal, não é legal para a população, ele tem autoridade de analisar e resolver isso sem estar mandando aqui para Câmara”, enfatizou.
Maria Avallone, inclusive, reforçou a necessidade de a Câmara andar de forma independente, para se desvencilhar da pecha de que se trata de um ‘puxadinho’ do Executivo, reiterando que o parlamento e seus vereadores precisam ser respeitados.
“É importante sim a presença de um prefeito aqui na Câmara, até para ajudar os vereadores. Mas tudo tem um limite e cada um no seu quadrado. Executivo é executivo e aqui é o Legislativo, e aqui a gente tem que respeitar sim, nós, os vereadores, e nossa opinião. Não podemos fazer o que todos dizem, que a Câmara é um puxadinho do Executivo. Não é. A vereadora Maria Avallone não é”.
Sobre a formação da CPI, a vereadora disse que ainda vai estudar a pauta com profundidade, assim como todas as propostas apresentadas pelo prefeito. Ela acrescetou que não assinou a abertura e reiterou entender que é uma medida de quebra de contrato, que tem que ser resolvida pelo prefeito.
“Nós fomos eleitos não pra ser pressionados pelo prefeito, mas para estar aqui e analisar as propostas boas que ele possa mandar, e nós vamos estar lá contribuindo com ele sim. As interferências que ele tem até aqui é para buscar ajuda dos vereadores no caso dos desabrigados. Que foi uma coisa muito boa e a gente apoia. Agora, não vejo que seja todo motivo estar aqui. Parece que sempre... Não é assim. É como eu estou dizendo, acho que o prefeito Abilio tem autonomia total para cancelar esse contrato. Ele é a autoridade, a prefeitura que fez o contrato. Não é a Câmara que vai fazer esse trabalho. Ele tem autonomia e acho que ele deve fazer”, asseverou.