A Comissão de Saúde da Câmara de Cuiabá vai receber, na segunda-feira, às 11 horas, a secretária municipal da pasta, a médica Lúcia Helena Sampaio, e seu staff para traçar um panorama do que está faltando nos serviços prestados nas unidades. A informação é da presidente do grupo de trabalho, a vereadora Michelly Alencar (União), que vem recebendo reclamações da população sobre a falta de médicos nas unidades básicas de saúde. Ela também acrescentou a participação de integrante do Ministério Público de Mato Grosso no encontro.
Segundo a parlamentar, o convite à secretária de Saúde foi motivado pelo aumento expressivo dos casos de dengue e chikungunya em Cuiabá no momento da ausência de médicos em unidades básicas. No início do ano, para completar a situação, o prefeito Abilio Brunini (PL) havia decretado a liberação de agendamento para atendimento por demanda espontânea de pacientes nas unidades básicas. Com a revogação do decreto na semana passada, a pauta mudou um pouco para a reunião de segunda, acrescida do tema falta de médicos no escopo.
“A gente acrescentou algumas outras pautas dentro dessa convocação. O que traz aí uma relevância ainda maior para a presença da secretária aqui. A gente tá fazendo um mapeamento de todas as unidades de saúde, como se fosse um raio-x: onde funciona a saúde bucal, onde a estrutura está mais prejudicada, da onde não tem medicamento, da onde tá faltando médico, até pra gente ter uma noção de como vai ser essa redesignação desses contratados de forma emergencial”, elucidou a vereadora, tratando da aprovação em breve na Casa do projeto do município para contratação de médicos em Cuiabá.
“Tá faltando porque sempre faltou. Na terça-feira, nós lemos, na Comissão de Saúde (projeto para contratação emergencial de médicos) e vamos votar a contratação emergencial imediata até que aqueles que ainda não foram chamados no concurso possam vir pra ajudar também”, completou.
Michelly acrescentou que os vereadores integrantes da comissão, junto do Ministério Público, estão fazendo um levantamento do que existe ou não na rede de saúde de Cuiabá e o diagnóstico também será apresentado na reunião com a gestora. “Então, todos esses problemas a gente fez o mapeamento, inclusive em conjunto com o MPE que também fez da parte dele, mais resumido, mas a gente tá compilando os dados pra apresentar na segunda-feira, durante a reunião”.
A vereadora apontou situações como prédios com rachaduras, telhados com buracos por onde entra água da chuva, banheiros sem portas, dentre outros desafios estruturais. “E aí a gente tem essa falta, em algumas unidades, de médico ou enfermeiro chefe, dentista”, pontuou.
UPAs e policlínicas
Já nas unidades onde o serviço de pronto-atendimento é feito, a parlamentar não apontou ausência de profissionais, mas em quantidade aquém da demanda. Conforme ela, o quadro é agravado pela explosão dos casos de chikungunya, que já passaram 7.000%, segundo último levantamento que ela apontou.
“Falta de mão de obra para atender a demanda. Tem, mas não é o suficiente. Temos médicos, mas não estão conseguindo a atender a demanda. Outra reclamação é que tem muita gente nas UPAs e o que faz essa demora ficar cada vez maior é que as salas de medicação estão superlotadas e geralmente só tem uma sala de medicação em todas as UPAs. Então, é algo que a gente vai discutir e, mais pra frente, aumentar uma outra sala de medicação pra que o fluxo rode um pouco mais rápido, é o que a gente está tratando na secundária”.