A juíza plantonista da Comarca de Várzea Grande, Cristiane Padim da Silva, converteu o flagrante e manteve a prisão preventiva de Hélder Lopes Araújo, 23 anos, autor do feminicídio da ex-namorada Vitória Camily Carvalho Silva, 21 anos. Na decisão, a magistrada destacou a extrema periculosidade do criminoso e o risco à ordem social.
Durante a audiência de custódia realizada neste domingo (16), Padim argumentou que Hélder trouxe risco também à segurança da coletividade.
“A análise do caso evidência que a conduta do custodiado foi planejada, e sua execução revelou extrema periculosidade, colocando em risco não apenas a integridade física da vítima, mas também a segurança da coletividade”, justificou.
A magistrada ressaltou ainda o comportamento inadequado do algoz, que invadiu a festa de aniversário da irmã de Vitória. “Comportamento altamente reprovável… evidenciando que sua liberdade representa um perigo real e contemporâneo à ordem social”, finalizou.
Feminicídio
O crime ocorreu no último sábado (15), no bairro Cristo Rei, em Várzea Grande. Helder invadiu o aniversário da irmã de Vitória Camily e a matou com ao menos quatro disparos de arma de fogo. O criminoso ainda disparou contra a amiga da vítima, que felizmente não foi atingida.
Depois do feminicídio e da tentativa de homicídio, Helder fugiu de carro com o irmão para Rondonópolis, onde foi detido pela Polícia Militar no domingo (16).
Aos militares, o suspeito confessou ser integrante de facção e que teria cometido o crime por não aceitar o término do relacionamento com a vítima. O homem ainda relatou para a PM que teria descartado a arma utilizada, no rio Cuiabá, depois de ter cometido o crime.
Em interrogatório na sede da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), Helder alegou que a motivação para o assassinato da ex-companheira foi que a vítima teria abortado o filho dele.
De acordo com o delegado da DHPP, Nilson Farias, essa justificativa pode ser uma tentativa de minimizar a gravidade do crime, uma vez que o comportamento de posse e controle sobre a parceira é um padrão comum em casos de feminicídio.
“É uma desculpa mais aceita, uma desculpa pra ele não ser ostilizado no presídio, ou até pela sociedade”, disse.