O presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, o deputado Paulo Araújo (PP), defendeu como medida para que não haja mais o fechamento do pronto-atendimento pediátrico do Hospital Santa Casa de Cuiabá que a rede municipal de saúde se organize, o que não está acontecendo, segundo ele. O parlamentar inclusive informou que os usuários não procuram atendimento no Hospital Municipal de Cuiabá (HMC), que estaria, inclusive, com capacidade ociosa, e que, culturalmente, entende-se que atendimento infantil só se resolve na Santa Casa.
“O que aconteceu culturalmente em Cuiabá, corre a boca pequena nos bairros, só a Santa Casa resolve o problema de criança em Cuiabá. É natural que o pai e a mãe vai (sic) querer levar aonde a criança? Na Santa Casa. Tem estrutura nova, estrutura com bons profissionais, com pediatria, é uma unidade eficiente, que dá resultado. Então, o pai e a mãe da criancinha não quer (sic) levar na UPA e no PA da policlínica, porque lá, infelizmente, não tem o pediatra. E lá na Santa Casa tem pediatra de plantão”, exemplificou o deputado.
Nos últimos sete dias, o governo do Estado já determinou, por duas vezes, o fechamento do PA Infantil da Santa Casa em razão da superlotação, provocada inclusive pelo surto de arboviroses que ocorre na cidade. Segundo o deputado, na semana passada, houve uma reunião entre a ALMT, as secretarias de Estado e de Cuiabá de Saúde, convocada pelo promotor de Justiça Milton Mattos da Silveira Neto, que cuida dessa área no Ministério Público de Mato Grosso.
No encontro, a secretária de Cuiabá, a médica Lúcia Helena Sampaio, teria revelado as dificuldades que enfrenta o município para garantir o atendimento. Foi quando o parlamentar reforçou a necessidade da pasta municipal se organizar para oferecer a assistência pediátrica nas Unidades de Pronto Atendimento e nas policlínicas.
“Acontece que a rede de pediatria ela não se resume tão somente à Santa Casa, que é um PA de pediatria. O que precisamos fazer para organizar principalmente em Cuiabá? Que as portas de entrada, as UPAs, policlínicas, elas se organizem para poder receber pediatria. A exemplo também do pronto-atendimento do HMC. O HMC tem pronto-atendimento de pediatria. O HMC hoje trabalha com capacidade ociosa. Inclusive, a secretária municipal de Saúde ficou de reorganizar a rede, fazer um feedback com os profissionais para orientar a regulação para as outras unidades”.
O parlamentar ainda reforçou entender a dificuldade que Cuiabá enfrente, inclusive para comprar medicamentos, tendo em vista que, desde agosto, os fornecedores não estariam recebendo do município e, por isso, passaram a não mais entregar produtos. A informação foi prestada pela secretária da Capital.
“Inclusive, até me coloquei à disposição: ‘vamos à Assembleia, vamos conversar com os deputados, tentar convencer os deputados com aplicação de emendas parlamentares para você superar essa questão financeira’. Porque senão a gente não consegue pactuar nada com o município de Cuiabá”.
Por fim, Araújo disse que haverá uma visita do grupo da Comissão à Santa Casa e justificou a medida adotada pelo Estado de interrupção do atendimento, considerada por ele como necessária, tendo em vista a capacidade da unidade.
“Se você chegar lá hoje, inclusive nós vamos fazer uma visita... O que acontece hoje na Santa Casa é que não tem mais como colocar as crianças para dentro. É impossível colocar porque a capacidade instalada se exauriu há algum tempo. Como resolve isso? Organizando a rede de atendimento de pediatria, diluindo os atendimentos”.
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