O delegado titular da Gerência de Operações Especiais da Polícia Civil de Mato Grosso (PJC-MT), Frederico Murta, explicou como é o funcionamento das organizações criminosas e destacou como elas criam uma falsa imagem de apoio ao cidadão. Durante entrevista ao podcast Agora Pod, ele alertou que apesar do assistencialismo parecer interessante, em algum momento, a facção cobará a população.
“As organizações criminosas elas passam essa falsa percepção de que estão do lado do cidadão. Elas costumam atuar nos locais onde o Estado se faz mais ausente e, então, a gente vê isso nas comunidades mais carentes”, explicou.
O delegado reforçou ainda que a prática assistencial é uma estratégia das facções.
“É uma forma de eles investirem na proteção e, aí, eles se valem dessas especialidades como assistencialismo, por vários meios, com entrega de cestas básicas e pagamentos de contas de consumo…Eles utilizam do assistencialismo como forma de garantir uma rede de proteção”, completou.
De acordo com Murta, ao se apresentarem como "Robin Hood", as facções tiram de uns para dar a outros, mas, na verdade, buscam garantir que as pessoas ao seu redor se sintam endividadas com eles.
“Eles tiram de uma para dar pro outro, mas o que eles querem é garantir uma rede de proteção para que as pessoas que estão com uma dívida de gratidão com aquelas pessoas consigam auxiliá-los na hora de esconder alguma coisa e não passar informação para polícia quando for necessário”, relatou.
Além do assistencialismo, outra coisa que preocupa a polícia é a prática de extorsão, que está presente desde o surgimento das facções criminosas.
“É uma fonte de renda explorada por várias organizações criminosas ao longo dos séculos, não é coisa nova, é a principal característica de uma organização criminosa de característica violenta”.
Murta finalizou o assunto alertando a população em relação ao falso assistencialismo. "Tenha certeza que qualquer coisa que acontecer ali que for contra os interesses da organização vai ser cobrado e aí vão ver que, para eles [membros de facção], a lei é deles e o que vale é o que eles falam".
Confira a entrevista:
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