Cunhado de Nataly suspeito de participação no crime foi o primeiro a ver mulher com bebê ainda com cordão umbilical depois de falso parto
Alédson contou à polícia que descobriu onde a cunhada estava através de imagens de chamada de vídeo; encontrou muito sangue coagulado no local e ajudou a limpar
Um dos suspeitos de participação no assassinato da adolescente grávida Emelly Sena, de 16 anos, o cunhado de Nataly Helen Martins Pereira, de 25 anos, Alédson Oliveira da Silva, foi a primeira pessoa a ver a mulher com a criança nos braços depois de ter dito ter dado à luz à criança em casa. Pelo menos é o que consta em seu depoimento prestado à Polícia Civil na madrugada da última quinta-feira (13). Ele chegou à casa do irmão de Nataly e encontrou muito sangue e o bebê ainda com o cordão umbilical sobre sua barriga.
Conforme o relado de Alédson à polícia, ele recebeu uma chamada de vídeo de Nataly logo após o falso parto, pela qual pôde perceber que ela estava na casa do irmão, embora a mulher não tenha dito a ele onde estava. Ela fez a chamada por volta das 14h da quarta-feira, dizendo que havia entrado em trabalho de parto e que a bebê tinha nascido.
Nataly, porém, teria se negado a dizer ao cunhado onde estava, mas disse que estava na companhia da cunhada, esposa de seu irmão, Evelyn Fernanda Uveda de Deus, o que era mentira, pois essa mulher foi ao encontro de Nataly no Hospital Santa Helena mais tarde, depois de ela ligar também dizendo que estaria em trabalho de parto.
O cunhado, então, decidiu ir de moto até a casa do irmão de Nataly para saber o que estava acontecendo, do bairro Jardim Florianópolis. “Quando chegou no local, encontrou a conduzida enrolada em uma toalha com uma criança no colo; que a criança estava roxa e com o cordão umbilical enrolado sobre a barriga da criança; que havia muito sangue no local”, traz o depoimento do suspeito.
No trecho seguinte, ele contou que havia muito sangue coagulado no quarto e no banheiro da casa e, no banheiro, havia um short com um volume grande de sangue coagulado, peça esta que a suspeita disse ao depoente que havia ganhado do marido, Christian Cebalho, de 28 anos, que também é suspeito de participação na morte de Emelly.
“Que tinha um pouco de sangue nas pernas da conduzida; que é de conhecimento do declarante que a declarante era laqueada e, teoricamente, não poderia ter engravidado; que o declarante, assim que chegou ao local, ajudou a suspeita se limpar, bem como limpou o sangue do quarto e do banheiro”, encerra o depoimento.
Laqueadura
A informação de que Nataly havia feito laqueadura e, portanto, não poderia ter tido mais filhos, também era de conhecimento de sua cunhada Evelyn de Deus, que foi a segunda pessoa da família a ver a acusada junto do bebê, mas já no hospital. De acordo com seu depoimento, ela teria estranhado o fato de a equipe médica estar suspeitando de que Nataly não estava grávida.
Da mesma forma que fez com o cunhado, Nataly ligou para a Evelyn por volta das 14h para dizer que havia entrado em trabalho de parto, que estava sozinha em casa e que o bebê estava prestes a nascer. Ela, então, pedi a sua patroa se podia sair do local de trabalho, nas imediações do Pantanal Shopping, para acompanhar a cunhada no trabalho de parto. Liberada, a mulher então foi direto para o Hospital Santa Helena.
Quando chegou à unidade, Nataly ainda não havia sido atendida pela equipe plantonista e estava na recepção. Ela, então, apresentou-se como acompanhante e ficou ao lado da cunhada o tempo todo.
“QUE declarante ficou surpresa quando a equipe médica examinou a conduzida e começou a questionar o estado puerperal da conduzida, alegando que a mesma não havia tido trabalho de parto recentemente; QUE é do conhecimento da declarante que a conduzida já passou por procedimento de laqueadura, entretanto a conduzida engravidou, segundo informação passada pela conduzida para a declarante, em virtude da laqueadura ter sido mal feita”, como traz seu depoimento.
Por fim, a cunhada disse à polícia que acreditava na gestação de Natalay, tendo em vista ela sempre estar postando fotos da barriga em suas redes sociais, assim como de exame de ultrassonografia e que havia feito o chá revelação do bebê.
“QUE a declarante desconhece os motivos pelos quais os exames preliminares realizados no Hospital Santa Helena, não indicaram que a conduzida esteve em trabalho de parto nas últimas 24 horas; QUE é do conhecimento da declarante que a conduzida teve três filhos, todos por meio de cesariana; QUE a criança que nasceu hoje foi por parto normal; QUE a declarante não possui informações para questionar a gravidez da conduzida”, finaliza a mulher no depoimento.
Nataly confessou ter arquitetado e executado a morte de Emelly na casa do irmão, sozinha, para ficar com o bebê. Ela deu detalhes à polícia de como asfixou a menor, amarrou braços e pernas e abriu sua barriga com um instrumento cortante quando a garota ainda estava viva para extrair a criança.
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