Vídeos | Pastor líder de esquema de extorsão de distribuidores de água foge para o RJ; grupo do CV movimentou mais de R$ 1,5 mi
Pastor sênior Ulisses Batista, o 'Velho Ulisses', era responsável por manter o controle financeiro e logístico do esquema, coordenando as atividades de extorsão do grupo; era pastor no Pedra 90
O pastor sênior Ulisses Batista, conhecido como 'Velho Ulisses', fugiu para o Rio de Janeiro antes de ser preso preventivamente no âmbito da 'Operação Falso Profeta', deflagrada na manhã desta quinta-feira (20), em Cuiabá e Várzea Grande. O investigado é apontado como líder de um esquema criminoso de extorsão contra comerciantes de água mineral que movimentava cerca de R$ 1,5 milhão por mês para o Comando Vermelho. Ele também é alvo da 'Operação Acua Ilicita', deflagrada na manhã desta quinta para pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco).
Segundo a Polícia Civil, Ulisses já era considerado foragido da Justiça do RJ por diversos crimes, no entanto, o fato não intimidou o suspeito de idealizar e ser mentor de um grupo de extorsão, além de uma das lideranças do Comando Vermelho, em Várzea Grande.
Durante as investigações, a equipe apurou uma estimativa na região onde o pastor e seus braços direitos praticavam as extorsões de R$ 1,5 milhão em galões de águas vendidos ao mês foram fornecidos pelo grupo.
“Isso se você tiver efetivamente o pagamento da taxa de R$ 1 é um recurso bem alto, de R$ 1,5 milhão por mês para o Comando Vermelho e, por isso, a gente pediu o sequestro de valores”, explicou o delegado responsável pelo caso, Rodrigo Azem, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), à imprensa, nesta quinta.
De acordo com a Polícia Civil, o chefe dos outros seis suspeitos, conhecidos como “Soldados do Crime”, era responsável por manter o controle financeiro e logístico do esquema, coordenando as atividades de extorsão do grupo. Paralelo às atividades ilícitas, Ulisses ainda atuava na função de pastor de uma igreja no bairro Pedra 90, em Cuiabá.
O estado do Rio de Janeiro é conhecido como berço da facção criminosa, cujo mentor da criação do grupo “projeto da água” é justamente o homem de liderança do grupo criminoso.
Os vínculos existentes apontaram para uma pessoa jurídica que também atua no ramo da distribuição de água e bebida, funcionando como “testa de ferro” da facção, dissimulando transações por meio das empresas, com o objetivo final de remeterem os recursos financeiros à organização criminosa no estado do Rio de Janeiro.
A facção criminosa também possuía um caminhão específico para a distribuição de suas águas, ficando o veículo armazenado em uma distribuidora pertencente a um dos integrantes do grupo, identificado nas investigações. O veículo foi apreendido.
Número de vítimas
Aproximadamente 11 comerciantes vítimas de extorsão pelo grupo criminoso prestaram depoimentos. O delegado afirmou que o número de vítimas deve ser maior, já que muitas delas temem pela vida e não denunciam as extorsões.
“Elas colaboram com as investigações, mas elas não querem depor. A gente sabe todo o terror e a represália que eles causam… Com certeza, podem ser muito mais… O grupo [no Whatsapp] tinha mais de 100 membros”, afirmou Azem.
O delegado titular da GCCO, Gustavo Belão, reforçou a importância da ‘Operação Falso Profeta’ no enfrentamento às facções criminosas.
“Tem como objetivo primordial o enfrentamento das facções criminosas que agem aqui no Estado e tem prioridade, principalmente, a descapitalização das facções criminosas que vêm agindo com crimes em Mato Grosso. O enfoque é mostrar que a Polícia Civil está atuando especialmente em busca desse poderio financeiro que eventualmente eles conseguem angariar nas práticas de atividades criminosas… Nossos policiais vêm sendo treinados justamente com esse objetivo”, frizou Belão.
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