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Notícias / Judiciário

27/03/2025 às 09:00

FRIEZA E CRUELDADE

Denúncia aponta que Nataly tratou gestante de 16 anos como 'recipiente' ou mera 'incubadora'

Promotor reforça ainda que a acusada se sentia em posição social superior à vítima

Luíza Vieira

Denúncia aponta que Nataly tratou gestante de 16 anos como 'recipiente' ou mera 'incubadora'

Foto: reprodução

O promotor Rinaldo Segundo, da 27ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá, apontou em denúncia que Nataly Helen Martins Pereira, de 25 anos, ré confessa do assassinato da gestante Emelly Sena, de 16 anos, tratou como objeto o corpo da menor, seja como “recipiente” ou mera “incubadora”. Além de reforçar que a acusada se sentia em posição social superior à vítima. A denúncia publicada na quarta-feira (26) acusou Nataly de ter cometido 8 crimes contra a adolescente.

“Nataly demonstrou menosprezo à condição de mulher de Emelly, tratando-a como mero "receptáculo" ou "incubadora" - demonstrando uma objetificação extrema do corpo feminino. Um total desprezo a sua dignidade feminina. A mulher reduzida à capacidade reprodutiva, a mulher instrumentalizada”, diz trecho do texto.  

Dentre os apontamentos do Ministério Público está as acusações pelos crimes de feminicídio, tentativa de aborto, subtração de recém-nascido para colocação em lar substituto, parto suposto, ocultação de cadáver, fraude processual, falsificação de documento particular e uso de documento falso.

Cabe agora à Justiça acatar ou não os apontamentos do Ministério Público sobre a  situação de Nataly que segue presa em penitenciária de Cuiabá.

Em meio às argumentações quanto ao enquadro do crime como caso de feminicídio, o promotor destacou que a acusada se sentia superior à adolescente quando criou estereótipos quanto às condições da jovem e tentou em depoimento justificar o assassinato da adolescente. 

“NATALY, também, escolheu a vítima pelo estereótipo de gênero atribuído à Emelly, uma mulher grávida jovem, negra e pobre. E, portanto, descartável, sujeita ao seu menosprezo. Para NATALY, Emelly era uma mulher que valia menos, cujo desaparecimento não teria repercussão social. Tanto é assim que NATALY justifica a decisão de matar Emelly, a partir de dificuldades da vítima (...). NATALY vê Emelly como não merecedora, incapaz de criar a sua filha”.

O caso

O assassinato de Emelly aconteceu no dia 12 de março e foi descoberto no mesmo dia, quando Nataly tentou registrar o bebê roubado da mãe como sua filha no Hospital Santa Helena, em Cuiabá. Em exame no local, o corpo médico identificou que a mulher não poderia ter parido a criança. Momento em que a família de Emelly já procurava pela menor que havia desaparecido.

Com o cruzamento de informações, equipes policiais chegaram até a casa em que Nataly matou e enterrou a vítima. Ela atraiu a gestante dizendo que teria roupas para doar ao bebê. Emelly foi até a casa dela e em dado momentos suspeita deu um mata-leão na menor, a asfixiou com um fio de internet, cortou a barriga com uma navalha e faca e retirou a criança, enquanto a vítima ainda estava viva. Logo na sequência enterrou a jovem em cova rasa no quintal da casa de sua cunhada. Emelly morreu em decorrência de hemorragia.
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