O governador Mauro Mendes (União) questionou a imparcialidade do Supremo Tribunal Federal (STF) na decisão que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) réu pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. Em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (27), o chefe do Executivo estadual pontuou que a situação é preocupante e é alvo de críticas de vários juristas renomados, conforme ele.
“Todo brasileiro tem o direito de ter um julgamento justo e imparcial. Preocupa a mim e a muitos brasileiros ver como as coisas estão sendo conduzidas lá no Supremo Tribunal Federal. Eu já vi muitos juristas especialistas criticando, porque esse julgamento está sendo feito por pessoas que fizeram o inquérito, ele é o delegado, ele é o promotor, ele é o juiz. Então, algo muito estranho”, declarou.
Ocorre que nesta quarta-feira, por unanimidade, o STF tornou Bolsonaro, junto de mais sete aliados, réus no processo que apura uma tentativa de golpe durante e depois das eleições de 2022. A definição repercutiu em amplas esferas políticas, em especial no grupo aliado do ‘capitão’ que assim como o governador questionam a isenção da corte suprema na ação.
Em Mato Grosso, o senador Wellington Fagundes (PL), o deputado federal José Medeiros (PL) e demais lideranças políticas de direita utilizaram as redes sociais para ‘rechaçar’ a atitude do Judiciário.
Dada a aproximação de Mauro ao grupo, o governador foi novamente indagado sobre sua posição quanto aos atos de 8 de janeiro. O defensor ferrenho do endurecimento das leis penais repetiu que é favorável à dosimetria da pena aos condenados, apesar de ser estritamente contrário às depredações.
“Eu sou contra qualquer tipo de invasão, depredação de patrimônio público ou privado. Outra coisa são as recentes condenações das pessoas que estiveram lá há 17 anos de prisão. Isso sempre deixei muito claro que eu acho desproporcional. Me manifestei lá no Rio da mesma forma que eu já me manifestei dezenas de vezes”.