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14/04/2025 às 11:04

OPERAÇÃO SHADOW

Veja quem são o ex-diretor do Ahamenon e o policial penal presos por ajudar chefes do CV a fugirem

Policiais penais serão indiciados por integrar organização criminosa

Leiagora/ Helder Douglas - Do Local

Veja quem são o ex-diretor do Ahamenon e o policial penal presos por ajudar chefes do CV a fugirem

Foto: Leiagora

O ex-diretor do presídio Agamenon Lemos Dantas, Adão de Souza Silva, e o policial penal Léo Márcio da Silva foram presos nesta segunda-feira (14) acusados de facilitar a fuga de dois líderes do Comando Vermelho, em julho de 2023, em Várzea Grande. Eles agora serão indiciados por integrar organização criminosa, segundo a Polícia Civil. Ambos atuavam diretamente no esquema que permitiu a saída ilegal dos detentos, sob o falso pretexto de trabalho externo, e são alvos da 'Operação Shadow' deflagrada na manhã desta segunda.

Adão de Souza era o diretor da unidade à época da fuga e autorizou a liberação dos presos, mesmo ciente de que eles não preenchiam os requisitos legais. Nove meses depois da fuga, ele foi exonerado do cargo, em 1º de abril de 2024. Ele havia sido nomeado em agosto de 2022 para comandar o presídio. Atualmente, ele está lotado na Coordenadoria de Ensino e Aperfeiçoamento do Sistema Penitenciário.

Segundo informações da Polícia Civil, ele já havia sido alvo de outras investigações internas, inclusive da Corregedoria da atual Secretaria de Estado de Justiça (Sejus).

Já Léo Márcio era o responsável direto pela escolta dos detentos no dia da fuga e atualmente está vinculado à Coordenadoria de Custódia e Escolta Metropolitana. 

Para o delegado Rodrigo Azem, titular da Delegacia Especializada em Repressão ao Crime Organizado (Draco), a ação dos dois não foi um descuido operacional, mas parte de um plano criminoso cuidadosamente orquestrado.

“Não foi uma simples fuga durante serviço externo. Foi algo arquitetado, bem planejado, com apoio logístico, uso de veículos, imóveis e, principalmente, a anuência de servidores públicos cooptados pela facção”, afirmou o delegado em coletiva à imprensa.

A fuga dos líderes do CV foi executada de forma simultânea: ambos foram liberados no mesmo dia e horário e não retornaram à unidade prisional. A investigação revelou que houve pagamento de propina aos servidores, embora os valores exatos ainda não tenham sido divulgados, pois fazem parte de trecho sigiloso do inquérito.

“O servidor público só adere a uma empreitada criminosa como essa se houver vantagem ilícita. Essa cooptação está amplamente demonstrada nas provas”, reforçou Azem.

A operação desta segunda-feira contou com apoio da Polinter e do GCCO, e resultou no cumprimento de 11 mandados de prisão preventiva, além de buscas, bloqueios de contas, sequestro de imóveis e apreensão de veículos. Em uma das residências, a polícia encontrou cerca de R$ 16 mil em espécie e uma arma de fogo.

A Corregedoria da Sejus acompanha os desdobramentos do caso para responsabilização disciplinar e possível demissão do serviço público.

Os dois criminosos beneficiados com a fuga seguem foragidos. Um deles, conhecido como “Vovozona”, foi localizado temporariamente em uma chácara em Poconé (104 km de Cuaibá), mas conseguiu escapar antes da chegada das equipes. As vestes usadas na fuga foram encontradas no local, mas, desde então, não houve novas pistas concretas sobre seu paradeiro.

“Essa operação é resultado de uma investigação longa e minuciosa. Agora vamos concluir o inquérito com as provas coletadas hoje e indiciar formalmente os envolvidos por integrar organização criminosa”, finalizou Azem.

A reportagem fez contato com a Sejus para obter informações sobre o afastamento dos servidores alvo da operação e foi informado que, diante de decisão judicial, o afastamento é automático.

 
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