Mais de 3,7 mil pessoas foram atendidas no Iraque por problemas respiratórios devido à tempestade de areia que atingiu o centro e o sul do país, segundo um novo balanço do Ministério da Saúde divulgado nesta terça-feira.
Na noite de segunda-feira, fotógrafos da AFP registraram, em cidades do sul como Najaf, Basra e Nasiriya, o halo alaranjado de poeira que tomou as ruas, obrigando policiais e pedestres a usarem máscaras sanitárias para proteger os pulmões.
Um socorrista em uma ambulância em Najaf ajudou um jovem a respirar com o auxílio de um cilindro de oxigênio.
Devido à tempestade, foram registrados 3.747 casos de asfixia desde segunda-feira. As pessoas foram atendidas nas emergências de Bagdá e de outras províncias”, informou o porta-voz do Ministério da Saúde, Saif al Badr.
“Nenhuma pessoa foi internada em unidade de terapia intensiva”, destacou ele, acrescentando à agência estatal INA que os serviços de saúde forneceram todos os medicamentos e o oxigênio necessários aos pacientes.
No sul, a província de Basra registrou o maior número de casos — mais de mil —, seguida pelas regiões de Muthanna (874) e Maysan (628), conforme detalhou o porta-voz, citado pela INA.
“A maioria desses casos já se recuperou e recebeu alta após receber os cuidados adequados”, afirmou Badr.
A tempestade também forçou os aeroportos de Najaf e Basra a suspenderem temporariamente seus voos na segunda-feira, segundo autoridades aeroportuárias.
Embora o fenômeno tenha dado uma trégua relativa em 2023 e 2024, as tempestades de areia — que geralmente ocorrem na primavera — pioraram tanto em número quanto em intensidade nos últimos anos no Iraque, um dos cinco países mais vulneráveis do mundo a certos efeitos das mudanças climáticas e da desertificação.
Em ocasiões anteriores, esse fenômeno levou as autoridades a fecharem escolas e repartições públicas. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, nos próximos 25 anos o número de “dias de poeira” deve aumentar.