O ex-ministro do Meio Ambiente e atual deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP) criticou os parlamentares que se dizem defensores do agronegócio, mas votam contra as pautas defendidas pelo setor, como a anistia aos presos pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, além de temas como defesa ao direito de propriedade, legítima defesa e a família.
“O marketing que o agro proporciona para eles e os interesses pessoais é muito forte, mas na hora de trabalhar, alguns deixam pelo na cerca. Se elegeram usando o nome do Bolsonaro e foram sentar no colo do Lula”, afirmou o ex-ministro durante participação na Norte Show 2025, em Sinop (480 km de Cuiabá).
Salles é membro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e defende que o setor fiscalize quais são de fato os parlamentares que são do agro. Além disso, aponta a necessidade da sociedade abrir os olhos e escolher representantes que realmente vão defender o setor e tirar da vida pública quem apenas utiliza o nome do agro para marketing pessoal.
“Faço parte da diretoria da FPA, conheço bem a a força que nós temos dentro do Congresso, mas o que acontece é que a FPA está circunscrita à vida parlamentar. Ficou na moda, ficou chique dizer que faz parte do agro, que apoia o agro, mas se você pegar a lista dos parlamentares que agora recentemente se dizendo do agro, não assinaram a urgência da PEC da Anistia. Você já vê que é preciso ter o próprio agro uma fiscalização mais intensa sobre quem se diz do agro, mas não apoia efetivamente as pautas de interesse do setor”.
Missão de salvar o Brasil
O deputado federal apontou ainda que o agronegócio brasileiro tem outra missão além de gerar empregos e riquezas ao país: a de salvar o Brasil. No caso, ajudar o país a expurgar ideias heterodoxas, que não são boas ao país, e defender a célula mater da sociedade: família, o direito de propriedade, direito à legítima defesa e a meritocracia.
“São coisas que não estão diretamente ligadas à questão ambiental ou econômica, mas tem a ver com a solidez do nosso país, com a força da sociedade brasileira que está sendo atacada diuturnamente por ideias heterodoxas, por visões equivocadas, que vários países do mundo nos últimos anos, inclusive agora mais recentemente nos Estados Unidos, acordaram para que é necessário mudar esse curso. Nós estamos tendo anos de muito retrocesso no atual governo e eu espero que 2026 em diante, o Brasil retome um caminho positivo que conseguiu trilhar entre os anos de 2019 e 2022”.