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23/04/2025 às 17:06

ENTENDA DINÂMICA DO CRIME

Delegado: intenção era matar mãe e filha; suspeito assistiu crime e saiu para trabalhar

De acordo com o delegado, Suellen de Alencastro Arruda, que era namorada de Benedito, só não foi morta por ter chegado tarde em casa e estar acompanhada no momento do crime

Da Redação - Luíza Vieira / Da Reportagem Local - Giovanna Baiocco

Delegado: intenção era matar mãe e filha; suspeito assistiu crime e saiu para trabalhar

Foto: Giovanna Baiocco / Leiagora

“A intenção era matar mãe e filha”, afirmou o delegado da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos (Derfva), Guilherme Bertoli, em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira (23). O policial explicou a dinâmica das investigações que culminaram na prisão de Benedito Anunciação Santana, de 40 anos, de seu filho Gustavo Benedito Anunciação, de 18 anos, e na apreensão de outros dois adolescentes envolvidos no feminicídio de Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos.

Conforme depoimentos, o mandante Benedito teria aguardado a morte da vítima para, em seguida, cumprir um compromisso de trabalho. Segundo o delegado, Suellen de Alencastro Arruda, namorada de Benedito, só não foi morta porque chegou tarde em casa e estava acompanhada.

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“O pai convidou o filho já com a intenção de executar não só a Heloysa, mas também a mãe. Graças a Deus, a mãe demorou para chegar na residência, no horário pretendido, porque os criminosos adentraram, renderam a vítima Heloysa — e isso é unânime nas versões dos que estão presos”, declarou o delegado, e completou:

“Quando ela [Suellen] chegou, estava com uma pessoa e um bebê de colo. Eles partiram para a agressão. Quando ela chegou, a filha já estava morta. Levaram ela [Suellen] para o quarto e foi então que conseguiram sair com o corpo da vítima [Heloysa]”.

O delegado explicou que os policiais inicialmente foram acionados para atender a uma ocorrência de roubo em uma casa no bairro Ribeirão do Lipa, em Cuiabá, na noite de terça-feira (22). No entanto, ao chegarem ao local, os agentes logo perceberam que as evidências não condiziam com características de roubo seguido de sequestro, como havia sido anunciado anteriormente.

“Com a análise das imagens, verificamos que o veículo Fiat Toro, do namorado da vítima — no caso, a Suellen — esteve no local por duas oportunidades. Ele entrou rapidamente, saiu, retornou novamente e depois se deslocou”, explicou.

Ao ser questionado sobre o paradeiro de Benedito, os agentes foram informados de que ele estava em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) junto com Suellen. A partir desse momento, passou a ser tratado como suspeito, já que não havia sinais de arrombamento na residência.

“Ele foi conduzido à delegacia, entramos em contato com equipes da Polícia Militar que estavam em diligência. Foi realizada a detenção do primeiro adolescente infrator e, conforme esclarecido pelos colegas, ele confessou a autoria. Foram apreendidos bens das vítimas nessa residência e, além de confessar, ele imputou também a participação do namorado e do filho dele”, detalhou Bertoli.

As investigações apontam que Suellen e Benedito estavam juntos desde dezembro do ano passado. O homem já possuía passagem pela polícia por violência doméstica. Ele deve responder por feminicídio, roubo majorado e corrupção de menores.

Dinâmica do crime

O delegado esclareceu que Benedito não atuou diretamente na agressão contra mãe e filha. Como mandante, ele teria convocado o filho e os adolescentes, amigos de Gustavo, para cometer o crime. A equipe policial, no entanto, descarta que o assassinato tenha sido premeditado por longo tempo.

Benedito aguardou a morte de Heloysa antes de deixar o local para cumprir um compromisso de trabalho.

“Conforme os interrogatórios, ele [Benedito] foi o responsável por pegar o veículo Fiat Toro, buscar os comparsas e levá-los ao local do crime. Ele presenciou a agressão contra Heloysa e, após ter certeza da morte, saiu para cumprir um chamado de trabalho”, relatou o delegado.

Suellen ainda não foi interrogada formalmente, pois não está em condições psicológicas para prestar depoimento. Outras testemunhas também deverão ser ouvidas nos próximos dias.

“Nós estamos trabalhando na questão da motivação. Os laudos da Politec com certeza vão nos auxiliar. É de grande importância a oitiva da vítima Suellen. Hoje ela foi à delegacia, mas não estava em condições emocionais de prestar declarações. Esse depoimento será essencial para buscarmos a certeza sobre a motivação do crime”, finalizou Bertoli.
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