Cuiabá, segunda-feira, 19/05/2025
23:43:04
Dólar: 5,64
Euro: 6,34
informe o texto

Notícias / Política

27/04/2025 às 13:03

ADI NO STF

Julio considera lamentável ação de Mauro contra emendas de blocos: 'custo político grande'

Deputado alega que isto prejudica vários municípios, pois os parlamentares já haviam feito compromissos com este recurso

Da Redação - Alline Marques / Reportagem - Vanessa Araujo

Julio considera lamentável ação de Mauro contra emendas de blocos: 'custo político grande'

Foto: Vanessa Araujo / Leiagora

O deputado estadual Julio Campos (União) classificou como “lamentável” a decisão do governador Mauro Mendes (União) de questionar no Supremo Tribunal Federal (STF) a obrigatoriedade do pagamento das chamadas emendas de bancada e de bloco parlamentar, previstas na Constituição Estadual.

A ação direta de inconstitucionalidade (ADI) foi protocolada pelo governo no último dia 16 de abril e contesta o trecho que destina até 0,2% da receita corrente líquida para gestão centralizada da Assembleia Legislativa. Mendes argumenta que a medida fere a autonomia orçamentária do Executivo e viola a Constituição Federal ao replicar, de forma inadequada, regras aplicáveis apenas ao Congresso Nacional.

Para Julio Campos, no entanto, a judicialização representa um desgaste político desnecessário. “Lamentável. Acredito que são coisas tão pequenas e o custo político tão grande. Sempre existiram as emendas de deputados e de bancada. Antes, as emendas de bancada eram distribuídas apenas pelos líderes partidários e pela Mesa Diretora, poucos deputados participavam, o chamado alto clero”, declarou.

O parlamentar lembrou que a atual Mesa Diretora promoveu uma mudança na distribuição desses recursos, garantindo que todos os deputados pudessem indicar cerca de R$ 3 milhões em emendas.

“Decidimos que iríamos distribuir para todos os parlamentares. Para nossa surpresa, o deputado Max [Russi, presidente da ALMT] nos comunicou em reunião que o governo ingressou com a ação no STF contra o pagamento. Isso é prejudicial para os municípios. Todos nós já tínhamos feito compromissos com prefeitos. Se não for pago, o que vamos fazer?”, questionou Julio Campos.

O que diz o governo

Na ação, o governador Mauro Mendes sustenta que o dispositivo aprovado em 2021 pela Assembleia Legislativa compromete a “higidez” do sistema orçamentário do Estado, ao criar obrigações automáticas que limitam a margem de gestão do Executivo.

Segundo Mendes, a norma contraria o princípio da simetria constitucional e representa uma “usurpação” da competência da União sobre regras gerais de direito financeiro. Para Mendes, a medida "é inaplicável aos parlamentos estaduais". Isto porque, trata-se de uma norma específica do Congresso Nacional, que não pode ser reproduzida em constituições estaduais.

Emendas sob disputa

O tema das emendas parlamentares tem gerado tensão em diversos estados e municípios. Em declarações anteriores, Mauro Mendes já havia se posicionado contra o aumento da participação do Legislativo na destinação de recursos, dizendo que a pulverização de emendas sem planejamento traz consequências negativas à gestão pública.

A ação será julgada pelo presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, e pode impactar diretamente o repasse de recursos prometidos por deputados aos municípios de Mato Grosso.
Clique aqui, entre na comunidade de WhatsApp do Leiagora e receba notícias em tempo real.

Siga-nos no Twitter e acompanhe as notícias em primeira mão.


 

0 comentários

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do site. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

 
Sitevip Internet