Além dos vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB), a Operação Perfídia, deflagrada nesta terça-feira (29), também mira em um empresário e dois funcionários da empresa HB20 Construções. Trata-se de José Márcio da Silva Cunha, Glaudecir Duarte Preza e Jean Martins e Silva Nunes. Eles são investigados por um esquema de corrupção que envolve pagamento de propina para a liberação de obras do Contorno Leste.
As obras de infraestrutura da avenida Contorno Leste incluem duplicação das pistas, construção de ciclovias e instalação de meio-fio, todas sob a responsabilidade da HB20 Construções. A obra foi viabilizada pela gestão de Emanuel Pinheiro (MDB), por meio da aprovação de um empréstimo de R$ 125 milhões com a Caixa Econômica Federal.
De acordo com a Polícia Civil, as investigações tiveram início a partir de uma denúncia feita em 2024 pelo então deputado federal e atual prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini, à Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor). A denúncia aponta que os vereadores Chico 2000 e Sargento Joelson teriam solicitado propina a um funcionário da empresa responsável pelas obras do Contorno Leste, com o objetivo de aprovar uma matéria legislativa que permitiu o pagamento de valores devidos pelo município à empresa em 2023.
Segundo as investigações, parte desses valores foi depositada em uma conta indicada por um dos vereadores, enquanto outra parte teria sido paga em espécie ao parlamentar, no interior de seu gabinete na Câmara Municipal, onde as negociações teriam ocorrido.
Em decorrência dessas apurações, a juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquérito Policial (NIPO) de Cuiabá, atendeu ao pedido da Deccor e autorizou a expedição de 27 mandados de busca e apreensão nos endereços residenciais e profissionais dos cinco investigados.
Os vereadores tiveram o exercício de suas funções públicas suspenso, ficando afastados do mandato durante as investigações. Além disso, foram impostas medidas cautelares, como comparecimento periódico em juízo, proibição de frequentar a Câmara Municipal e os canteiros de obras da HB20 Construções, restrição de contato com demais envolvidos e testemunhas, além de proibição de deixar a comarca ou o país, com entrega do passaporte em até 24 horas.
A decisão judicial também autorizou a extração de dados de aparelhos apreendidos, o acesso a sistemas de controle de entrada e às imagens das câmeras de monitoramento da Câmara Municipal de Cuiabá.
O processo tramita sob sigilo, e detalhes adicionais não foram divulgados até o momento.
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