O empresário Odílio Balbinotti, nome com forte influência no bolsonarismo de Mato Grosso, avalia a possibilidade de se filiar ao Partido Novo para disputar o governo do Estado nas eleições de 2026. Embora tenha mantido conversas com o PL — legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro —, o cenário dentro do partido está mais fechado em torno da pré-candidatura do senador Wellington Fagundes (PL), o que exigiria de Balbinotti uma disputa interna.
No Novo, por outro lado, o caminho está aberto. O empresário tem carta branca para construir seu projeto político com total apoio da direção estadual. Segundo o vice-presidente do partido em Mato Grosso, Paulo Henrique Andreani Araújo, o convite foi oficializado recentemente durante um encontro em Rondonópolis. “Por mais que o Odílio tenha voz no PL, o partido está trabalhando com o nome do Wellington. No Novo é diferente, ele vem com abertura total para sair candidato”, afirmou.
Paulo Henrique reforça que Odílio já tem uma relação com o Novo, tendo colaborado com o partido em eleições anteriores. “Se ele aceitar, o Novo será a casa dele. Vamos trabalhar pelo nome dele porque acreditamos muito que é o melhor para Mato Grosso. É uma pessoa extremamente capacitada, que criou a maior empresa de sementes do mundo e já provou sua capacidade de entrega de resultados”, afirmou durante entrevista ao Jornal da Cultura, nesta quinta-feira (8).
Apesar da aproximação, ainda não há uma definição oficial por parte de Odílio. De acordo com interlocutores, ele precisa resolver questões pessoais e legais antes de tomar a decisão, como a desincompatibilização de suas atividades empresariais ao menos seis meses antes do pleito, conforme exige a legislação eleitoral.
O secretário administrativo do partido, Reginaldo Teixeira, também confirmou a abertura ao nome do empresário. “O partido Novo está aberto ao projeto do Odílio por identificação com seus posicionamentos. Os demais passos ainda serão discutidos num futuro próximo. O certo é que o Novo está se preparando para fazer sua melhor atuação numa eleição em Mato Grosso desde sua fundação”, declarou.
A articulação para a aproximação foi feita pelo vereador Wesley Cláudio, de Rondonópolis, e pelo presidente do partido no estado, Sérgio Antunes, que veem em Odílio o perfil técnico e gestor ideal para liderar o Estado.
Caso Odílio dispute a eleição pelo Novo, tende a rachar votos da direita, que tem nomes com do próprio Wellington, que seria o candidato do Bolsonaro, mas que internamente no PL ainda encontra resistência de uma base mais radical do partido, e ainda do vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), que também tem simpatia dos eleitores da direita.
