Suelen Alencastro Arruda, mãe da adolescente assassinada Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos, identificou indícios do envolvimento do mentor do crime, o ex-companheiro Benedito Anunciação de Santana, de 40 anos, na ação contra a filha ao reconhecer camisetas religiosas que os menores usavam quando foi agedida por eles. As vestimentas são promocionais das festas de santo organizadas pela paróquia da qual o indiciado fazia parte. Benedito é ex-acólito da Catedral Basílica do Senhor Bom Jesus, em Cuiabá, e participava de ações religiosas.
Segundo Suelen, os autores do crime usavam camisetas semelhantes às que Benedito costumava vestir em cerimônias religiosas. “Todos estavam com a camisa de São Benedito, era da igreja. Quando eu olhei, reconheci na hora”, afirmou. A observação acendeu um alerta imediato na mãe de Heloysa, que já nutria desconfianças sobre o homem e pretendia terminar o relacionamento.
Benedito tinha funções religiosas na Catedral Basílica do Senhor Bom Jesus, no Centro, que exigiam proximidade com padres e envolvimento direto nas celebrações religiosas. A Arquidiocese informou que ele foi desligado por “medida de prudência”, em respeito aos princípios da Igreja, que preza pela dignidade da vida e justiça.
Na época do crime, Suelen notou ainda o comportamento frio de Benedito. Enquanto todos os conhecidos foram até sua casa prestar apoio, ele foi o único que não apareceu. “Ele me ligou e, quando perguntei onde estava, porque minha filha havia sido sequestrada, ele respondeu com frieza que estava com o secretário. Ali eu tive certeza”, relatou.
A partir desse momento, Suelen começou a confrontá-lo diretamente. Mesmo tentando despistar e sugerindo que o ex-marido poderia estar envolvido — hipótese que chegou a ser investigada —, a mãe não recuou. Ela descreveu, em entrevista concedida na última semana, que Benedito passou o dia do crime enviando mensagens em tom nervoso e insistente, perguntando se ela já estava em casa, se demoraria e se tudo estava bem.
“Era o tempo todo perguntando se eu já estava em casa. Dizia que estava preocupado, que não conseguiu almoçar com o secretário. Mas tudo nele era calculado, frio”, relatou Suelen, acrescentando que nunca teve dúvidas sobre o envolvimento do ex-acólito no desaparecimento da filha.
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