O saneamento básico segue como um dos principais desafios da gestão municipal em Juína. Com 99% da população atendida por rede de abastecimento de água, a cidade ainda tem uma cobertura de esgoto extremamente baixa — apenas 5% —, o que afeta diretamente a saúde pública e o desenvolvimento urbano. Para mudar esse cenário, a Prefeitura tem apostado em soluções de médio e longo prazo, como a retomada de projetos antigos e a atualização de convênios federais, sem, por ora, cogitar a concessão do serviço à iniciativa privada.
“Temos um convênio com o governo Federal desde a primeira edição do PAC, lá de 2011, 2012. Ficou parado por anos. Agora conseguimos atualizar o projeto, adequar equipamentos que já nem existem mais no mercado e avançamos para a fase de licitação. Esperamos entregar cerca de 600 a 700 novas ligações até o fim do mandato”, explicou o prefeito Paulo Augusto Veronese (União), em entrevista ao Leiagora.
Apesar do avanço no fornecimento de água — garantido por um departamento municipal consolidado —, Veronese reconhece que o esgoto exige investimentos muito maiores e obras que impactam diretamente o tecido urbano. “Água tem um custo menor e estrutura já consolidada. Esgoto exige quebrar a cidade. São obras caras e que não aparecem. Mas impactam diretamente na saúde da população”, argumenta.
Hoje, Juína conta com uma pequena estação de tratamento de esgoto, mas a expansão do município ao longo dos anos exigirá uma nova estratégia de crescimento da rede. Para isso, a prefeitura já iniciou um diagnóstico completo sobre o sistema de saneamento, que deve nortear futuras decisões — inclusive sobre como captar os recursos necessários.
“Estamos avaliando o tamanho do investimento. Se for R$ 10 milhões, R$ 100 milhões, vamos entender o que é possível. Pode ser via Finisa, governo Federal, governo Estadual ou até via privada. Mas a concessão, neste momento, não está no radar. Essa é uma decisão que precisa ser construída com a sociedade e com os próximos gestores. A cidade é que vai arcar com esse custo”, completou.
O prefeito destacou ainda que não pretende impor uma decisão unilateral sobre o modelo de gestão do saneamento. “Essa é uma discussão que envolve o futuro de Juína. Eu sou um gestor passageiro. Quero deixar o diagnóstico pronto, com clareza sobre as necessidades e os caminhos possíveis. A decisão final tem que ser coletiva”, reforçou.