O Tribunal de Justiça do Paraná decidiu manter a prisão de Eliza Severino da Silva, proprietária da empresa Imagens Serviços e Eventos, em Maringá. Eliza, juntamente com seu sócio, Marcio Nascimento, foram presos nesta semana acusados de aplicar um golpe de aproximadamente R$ 7 milhões em formandos de Cuiabá e Várzea Grande.
A empresária passou por audiência de custódia no início da tarde, no município paranaense, onde se entregou à polícia na quarta-feira (21). O documento foi assinado pelo juiz Cláudio Camargo dos Santos, da 1ª Vara Criminal.
Durante a sessão, a defesa de Eliza argumentou que ela é réu primária, que se apresentou espontaneamente às autoridades, entregou os materiais solicitados e tem residência fixa, o que, segundo o advogado, não justificaria a prisão preventiva. Por isso, solicitou ao juiz que avaliasse a possibilidade de liberdade provisória.
O juiz responsável pela audiência de custódia, no entanto, decidiu manter a prisão, seguindo o parecer do Ministério Público. Ele explicou que, por se tratar de uma ordem de prisão emitida por outro juízo, o Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) da Comarca de Cuiabá, neste momento, não é possível substituir a prisão por medidas cautelares. A defesa, por sua vez, pode apresentar documentos e solicitar a liberdade provisória diretamente ao juízo de Cuiabá.
Além disso, o juiz determinou que sejam tomadas providências para garantir o atendimento médico de Eliza na Cadeia Pública de Astorga, devido a problemas de saúde, como labirintite, alergias e episódios de desmaios.
Marcio Nascimento também teve a prisão mantida em audiência de custódia nesta quarta-feira, pela juíza do Nipo Fernanda Kobayashi.
Operação Illusion
Os dois foram alvos da 'Operação Illusion', deflagrada na terça-feira (20). Eles tiveram o bloqueio de R$ 7 milhões em bens e valores, equivalente ao prejuízo estimado das vítimas.
O caso veio à tona no final de janeiro deste ano, quando formandos da Universidade de Cuiabá (Unic) e do Centro Universitário de Várzea Grande (Univag) descobriram ser alvos de um golpe. Eles pagaram pelas cerimônias da tão sonhada formatura e não tiveram a festa.
Cerca de 40 turmas universitárias, em sua maioria de cursos de Medicina, além de estudantes de escolas públicas e particulares da região metropolitana e cidades do interior, foram afetadas.
Na época, a empresa de Elisa e Márcio chegou a ingressar com pedido de recuperação judicial, que foi negado pela Justiça de Mato Grosso por falta de comprovação fiscal e de débitos.