O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rebateu as suspeitas de que o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), do qual é um dos fundadores, tenha influência na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). “É uma lenda urbana”, disse em entrevista exclusiva ao Leiagora.
“Isso é uma lenda urbana. O IDP, no passado, em 2023, foi contratado para assumir a chamada CBF Academy, o ramo de cursos da CBF, porque eles avaliavam que isso não estava indo bem. Ofereceram à GV. A GV, por alguma razão, não aceitou. O IDP, então, fez um contrato, simplesmente um contrato e um convênio como nós temos com várias instituições. O IDP não tem funcionários na CBF”, afirmou o ministro.
A declaração foi dada após reportagem da Revista Piauí apontar que ao menos seis pessoas ligadas ao IDP ou indicadas por Mendes ocupam hoje cargos na cúpula da confederação. Entre elas estão o chefe de gabinete, Hugo Teixeira, o diretor jurídico, André Mattos, e o diretor financeiro, Valdecir de Souza.
Segundo a revista, a presença dos quadros coincide com a instalação de uma nova sede da CBF em Brasília, numa casa no Lago Sul, região nobre da capital federal.
Questionado sobre o assunto, Gilmar Mendes afirmou que a presença de ex-alunos do IDP em postos na CBF se deve à competência deles, e não a qualquer tipo de apadrinhamento.
“O que pode acontecer é que ex-alunos do IDP, mestrandos do IDP podem estar com cargos na CBF, mas isso graças à qualidade dessas próprias pessoas. O Paulo Gustavo Gonet Branco é procurador-geral da República, foi nosso sócio no IDP. O Flávio Dino, ministro do Supremo Tribunal, hoje é ex-ministro da Justiça, ex-governador do Maranhão, foi diretor do IDP. Então, o IDP tem uma grande influência graças à sua qualidade, nada tem a ver, isso não me impede de julgar casos da CBF.”
Por fim, o ministro disse que não tem qualquer envolvimento com a gestão da confederação. “O meu interesse na CBF é só que a seleção vá bem, passe a ganhar.”