A senadora Margareth Buzetti (PSD) afirmou que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que tramita no Congresso Nacional para apurar golpes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não deve ser utilizada como palanque político em ano pré-eleitoral. Ela ressaltou que a proposta é uma boa alternativa para investigar a origem das fraudes, mas reforçou que “o INSS é caso de polícia”.
“O foco da CPMI deve ser apontar os culpados e não querer fazer justiça, porque não é ela que tem que fazer justiça. Isso cabe à polícia, ao Judiciário. Eu assinei o requerimento porque, quando voltei, a CPMI já estava em tramitação. Só não gosto que vire palanque político, de nenhum dos lados. É isso que eu não gosto”, declarou em entrevista na manhã desta segunda-feira (9).
O requerimento foi protocolado pela deputada federal Coronel Fernanda (PL) e pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e recebeu o apoio de 36 senadores e 223 deputados. Inicialmente, Buzetti não havia assinado a proposta, mas aderiu posteriormente por meio de requerimento.
Ela argumentou que a medida é necessária por conta da gravidade do esquema fraudulento, que movimentou valores milionários, independentemente de quando começou.
“Mas a CPMI é necessária porque é um caso muito grave. Não pode virar palanque político, precisamos realmente investigar a fundo. Para mim, não importa quem começou, quando começu. Que se investigue todos. E que todos sejam punidos”, concluiu.
CPMI
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito é composta por senadores e deputados. A proposta prevê a formação de um colegiado com 15 deputados e 15 senadores, além de suplentes em igual número, respeitando a proporcionalidade partidária. Os trabalhos terão duração de 180 dias e um orçamento de R$ 200 mil para conduzir as investigações.
Fraudes no INSS
Investigações da Polícia Federal escancararam um esquema de fraudes e desvios de recursos de aposentadorias e pensões do INSS.
De acordo com a PF, associações que prestam serviços a aposentados cadastravam beneficiários sem autorização, utilizando assinaturas falsas para realizar descontos indevidos diretamente nos pagamentos feitos pelo instituto. O prejuízo estimado pode chegar a R$ 6,3 bilhões entre os anos de 2019 e 2024.