O vereador Rafael Ranalli (PL) defendeu que, caso haja indiciamento do ex-presidente da Câmara de Cuiabá, seu já não mais correligionário Chico 2000, em alguma das investigações policiais em que figura como alvo, a Casa de Leis deve dar início ao processo de comissão processante. Chico 2000 está em seu sétimo mandato no parlamento de Cuiabá, mas está afastado por ordem judicial, sob a suspeita de ter recebido propina para aprovar projetos.
Conforme o parlamentar, se a polícia indiciar o colega, que também é suspeito de compra de votos nas eleições passada, significa que há indicativo de autoria e materialidade e, nesse sentido, a Câmara deve agir.
“Opinião pessoal do Ranalli: creio que sim (Câmara iniciar a processante), porque se a polícia entender que há autoria e materialidade, então, há fortes indícios da participação. E aí vai depender do parlamento”, mencionou nesta terça-feira (10), durante sessão ordinária na Câmara.
Questionado sobre se está havendo uma demora da Câmara de agir quanto ao ex-presidente, o vereador disse discordar, tendo em vista as manifestações contínuas dos colegas para que haja encaminhamento. No entanto, argumentou que a única vez que a Casa foi demandada foi quando o ex-juiz Julier Sebastião da Silva requereu a abertura de comissão processante contra Chico no caso da ‘Operação Perfídia’ – acusação de receber propina.
“Veja que os colegas se posicionam, eu mesmo vivo dizendo que você tem que responder até o final, corroboro com o trabalho da polícia, porém, o parlamento não foi demando. Foi demando aquela vez pelo ex-juiz Julier e foi de prontamente refutado pela Procuradoria, e a gente tá aqui pra atender qualquer demanda. Espero que as consequências sejam levadas até o final.”, começou.
Em comparação ao caso do ex-vereador de Canarana (651 km de Cuiabá), Thiago Bitencourt (PL), cujo mandato foi extinto nesta segunda-feira pela Câmara, em razão do pedido de renúncia apresentado por ele, Ranallu destacou que são crimes diferentes, mas que está certo de que a sigla tomará providências.
“O vereador de Canarana... Os crimes são um pouquinho diferentes, mas se corroborá (sic) aqui, se teve participação, seja do Chico, que diz respeito ao PL, eu espero que o Ananias, sim, tome providências quanto partido. E a Casa, enquanto Câmara, também tome as suas providências”.
Para completar, reforçou a necessidade de se apontar materialidade nas acusações para que a Câmara tenha um ponto de partida para seguir com a questão interna. “Nada melhor para investigar do que a própria polícia. Vindo uma decisão judicial, houve o crime, tem materialidade, comprovou-se a autoria, aí a gente tem de onde partir”.
Operações
Só neste ano Chico 2000 já foi alvo de duas investigações policiais. No caso da Operação Perfídia, deflagrada pela Polícia Civil, ele e Sargento Joeslon (PSB) foram afastados dos cargos sob a suspeita que tenha recebido R$ 205 mil de propina para facilitar a tramitação na Casa de um projeto que favoreceria empresa responsável pela construção do Contorno Leste.
Já pela Operação Rescaldo, deflagrada na semana passada pela Polícia Federal, o vereador é suspeito do crime de compra de votos nas eleições passadas. Ele foi alvo de busca e apreensão, cumprido em sua casa.
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