O ex-marqueteiro da antiga diretoria da Unimed Cuiabá, Maurício Coelho, usou as redes sociais para se defender ao ter seu celular e computador apreendidos durante a 'Operação Short Code', deflagrada pela Polícia Civil na manhã desta terça-feira (24). Ele afirmou estar sendo alvo de perseguições por ter descoberto supostos esquemas envolvendo integrantes da atual diretoria da cooperativa e agentes políticos.
A operação investiga o uso de ferramentas digitais para promover ataques difamatórios contra a atual gestão da Unimed Cuiabá. Mandados judiciais foram cumpridos em endereços localizados em Cuiabá e Aparecida de Goiânia (GO).
Segundo a cooperativa, os ataques teriam começado com o envio de mensagens anônimas via WhatsApp e, posteriormente, passaram a ser veiculados publicamente por Maurício Coelho, por meio do site “Instituto Brasil Cooperado”, utilizado como plataforma para disseminação de conteúdos considerados caluniosos.
Nas redes sociais, Coelho afirmou que o "Brasil Cooperado" é uma associação de cooperados independentes e que todas as publicações feitas contam com documentos comprobatórios.
“Ao iniciarmos avaliações sobre acontecimentos na Unimed Cuiabá, começamos a sofrer perseguições em várias frentes e, no avançar de nossas investigações, entendemos os motivos: agentes públicos estão sendo comprados pela Unimed Cuiabá”, diz trecho da nota.
Em vídeo, o publicitário reforçou que a operação de busca e apreensão foi deflagrada após ele afirmar ter descoberto atos de corrupção envolvendo a atual gestão da Unimed e agentes políticos, acusando-os de “tráfico de influência”. Ele garantiu que os documentos que comprovariam as irregularidades estão seguros e prometeu que os envolvidos “pagarão por seus atos”.
“Os esquemas serão demonstrados. Essa gente vai para a cadeia. Mais do que isso, a turma que usa a caneta para servir de capataz do poderoso vai ter a justa paga”, concluiu.
Operação Short Code
A Operação Short Code teve como alvos antigos diretores da Unimed Cuiabá. A investigação aponta o uso de plataformas digitais para promover ataques difamatórios contra a atual diretoria da cooperativa.
Segundo a Polícia Civil, os conteúdos eram disparados em massa com informações falsas, assinadas pelo pseudônimo “Edmond Dantès” — personagem literário associado à ideia de vingança. A escolha do nome seria simbólica, usada para justificar os ataques.
Entre os crimes apurados estão associação criminosa, calúnia, difamação e injúria, todos em suas formas qualificadas. As ordens judiciais autorizam buscas e apreensões de dispositivos eletrônicos, além do afastamento do sigilo de dados telemáticos dos investigados, o que pode revelar toda a cadeia de produção e envio das mensagens.
A motivação, de acordo com os investigadores, seria retaliação à nova diretoria da Unimed, que denunciou um rombo de R$ 400 milhões nas contas da cooperativa referente ao exercício de 2022, período em que os alvos da operação estavam na gestão.
Os ex-integrantes da diretoria são denunciados por sete crimes de falsidade ideológica. Além de Rubens, estão entre os denunciados a ex-diretora administrativo-financeira Suzana Aparecida Rodrigues dos Santos Palma; a antiga chefe do departamento jurídico, Jaqueline Larréa; o ex-CEO Eroaldo de Oliveira; a ex-superintendente Ana Paula Parizzotto, e a ex-chefe do Núcleo de Monitoramento de Normas, Tatiana Bassan.
Confira a nota na íntegra:
O Instituto Brasil Cooperado é a maior associação de cooperados independentes do Brasil e tudo o que publicamos o fazemos com documentos e provas. Ao iniciarmos avaliações sobre acontecimentos na Unimed Cuiabá, começamos a sofrer perseguições em várias frentes e, no avançar de nossas investigações, entendemos os motivos: agentes públicos estão sendo comprados pela Unimed Cuiabá.
Estamos, sim, diante do arbítrio. A busca e apreensão dos computadores e celulares do presidente do Instituto e de um diretor que mora em Goiás foram feitas, coincidentemente, apenas uma semana após avisarmos ao grande público o teor dos documentos aos quais tivemos acesso e que, em breve, se tornariam um escândalo nacional.
A Unimed Cuiabá – que foge ao debate – usa de tráfico de influência e corrupção ativa para jogar o poder público contra nós. Garantimos que todos os envolvidos serão, paulatinamente, expostos em âmbito nacional e processados nas devidas esferas.
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