O embate entre o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), e a vereadora Maysa Leão (Republicanos) ganhou novo capítulo nesta quinta-feira (3), com direito a alfinetadas públicas e insinuações que expõem o desgaste crescente entre os dois.
Depois que a vereadora reclamou da superlotação nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) na terça-feira (1º), Abilio reagiu com ironia: “daqui a pouco ela vai reclamar de outra coisa, porque isso nós vamos corrigir também”, afirmou o prefeito, dando a entender que as críticas de Maysa são mais uma estratégia de desgaste do que uma preocupação legítima com a saúde pública.
Mas, não parou por aí. Em tom ainda mais duro, Abilio insinuou que a parlamentar estaria defendendo usuários do sistema que procuram as UPAs apenas para obter atestados médicos, mesmo sem sintomas relevantes. “Eu tenho reparado em vários discursos da vereadora que parece que ela está defendendo quem quer pegar atestado”, disparou. “Ela vai na UPA, vê a recepção vazia, que para ela está vazia, provavelmente porque a gente diminuiu essa prática de fornecer atestado, e ela parece que está reclamando disso”.
— Leiagora Portal de Notícias (@leiagorabr) July 3, 2025
A resposta de Maysa veio da tribuna da Câmara de Cuiabá, com denúncias mais graves, segundo relatos de pacientes. “A recepção estava vazia, prefeito, mas a UPA estava lotada. Mostre também a enfermaria, a sala de medicação, a sala de emergência”, rebateu.
A vereadora relatou ter conversado com pessoas internadas há mais de 12 dias, sem condições básicas de higiene e alimentação. “Gente que está ali há mais de 12 dias. Pessoas doentes, sem possibilidade de tomar banho, sem alimentação, sem estrutura. Inclusive, ontem, pela primeira vez, os pacientes na sala de medicação receberam alimentação. Os próprios acompanhantes disseram: ‘é a primeira vez que comemos aqui nessa sala’.”
O clima entre Abilio e Maysa já vinha azedando nos bastidores, mas os últimos episódios escancaram um confronto que ultrapassou o campo da fiscalização parlamentar para um embate direto por narrativa e capital político.
Para quem acompanha de perto os movimentos da Câmara Municipal, a tensão não chega a ser surpresa. Desde que Maysa Leão aceitou integrar a Mesa Diretora como vice-presidente da Casa, surgiram questionamentos sobre quanto tempo ela resistiria alinhada à base de apoio do prefeito.
Apesar de o Republicanos ter declarado apoio a Abilio no segundo turno das eleições, a própria vereadora deixou claro, na época, que seu voto não iria para o liberal - sinalizando, nas entrelinhas, simpatia pela candidatura de Lúdio Cabral (PT).
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