A primeira edição da feira marcada para este sábado (20), com o fechamento da Rua 13 de Junho para veículos, ainda não é consenso entre a prefeitura de Cuiabá e representantes do comércio local. A iniciativa anunciada pelo prefeito Abilio Brunini pretende transformar a via em espaço de convivência e comércio aos sábados, como parte de um projeto de revitalização do centro da capital, mas os comerciantes demonstram ressalvas com a ideia.
O evento contará com barracas de comerciantes, tendas de lojistas, camelôs, vendedores ambulantes, além de atrações culturais e atividades para crianças.
Para Abilio, a proposta é um teste que pode se repetir em outros sábados caso receba boa aceitação popular. “Queremos movimentar o centro da cidade, fortalecer o comércio e criar um espaço de convivência para as famílias. A feira na 13 de Junho é um teste importante. Se for bem aceita, vamos ampliar a iniciativa, trazendo vida nova para a região central de Cuiabá”, disse o prefeito.
O projeto recebeu apoio de parte dos lojistas e também da Associação Comercial de Mato Grosso, que avaliam a medida como oportunidade de atrair consumidores e dar mais vida ao centro histórico.
Por outro lado, apesar do entusiasmo da prefeitura, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL Cuiabá) manifestou ressalvas quanto ao fechamento da rua e à presença de ambulantes no local.
Em sondagem realizada nos dias 15 e 16 de setembro, com 36 lojistas do centro, 52,8% se mostraram contrários à interdição da via aos sábados. Já a liberação dos vendedores ambulantes foi rejeitada por 75% dos entrevistados. Entre as principais preocupações estão a concorrência desleal, dificuldades de estacionamento, riscos à segurança e possível queda nas vendas.
“Existe uma adesão a todas as ideias que estimulem o comércio no centro. O que preocupa é o incentivo ao comércio informal, que afeta não só o empresário, mas cada um dos cerca de 2 mil comerciários que trabalham diariamente na região”, afirmou o presidente da CDL Cuiabá, Júnior Macagnam.
Segundo ele, a entidade tem buscado contribuir com a prefeitura e com o Ministério Público para construir soluções para os vendedores ambulantes, mas defende que isso não ocorra em detrimento dos lojistas formais. “Alguns direitos do cidadão precisam ser protegidos, como a mobilidade nas calçadas, o exercício legal da atividade comercial e o recolhimento de impostos. São milhares de empregos em jogo”, ressaltou.
No ofício encaminhado à prefeitura, a CDL sugeriu alternativas como a cobertura da travessa Des. Lôbo, ao lado do Ganha Tempo da Praça Ipiranga, além do retorno do estacionamento rotativo aos sábados, como forma de estimular as compras no centro.